Foragido há seis dias, o corintiano Tiago Aurelio dos Santos Ferreira se entregou nesta quarta-feira à Polícia Civil. Ele prestou depoimento à
Tiago Aurelio dos Santos Ferreira é um dos 12 corintianos que foram presos em Oruro (Bolívia) por sete meses no ano passado, depois da morte do adolescente Kevin Beltrán Espada em jogo da Copa Libertadores. O garoto boliviano foi atingido por um rojão disparado da região em que a torcida da equipe brasileira estava.
No dia 1º de fevereiro de 2014, Tiago Aurelio dos Santos Ferreira foi um dos torcedores que invadiram o centro de treinamentos do Corinthians. O grupo foi ao local para protestar – três dias antes, a equipe alvinegra havia perdido por 5 a 1 para o Santos em partida válida pelo Campeonato Paulista.
Centenas de torcedores do Corinthians fizeram parte do protesto no CT. Houve relatos de roubo, agressão, intimidação e depredação. O elenco alvinegro chegou a ameaçar não entrar em campo no dia seguinte, quando o time do Parque São Jorge enfrentaria a Ponte Preta.
A diretoria do Corinthians consultou FPF (Federação Paulista de Futebol) e TV Globo sobre a possibilidade de a partida ser adiada – o jogo contra a Ponte Preta seria exibido ao vivo –, mas recebeu sinalização negativa. Para minar o protesto e demover o elenco, a cúpula alvinegra prometeu tomar medidas administrativas relacionadas à invasão.
Uma dessas medidas foi levar o caso a autoridades. O Corinthians fez denúncias no Ministério Público de São Paulo e no Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância).
Na última quinta-feira, a polícia paulista cumpriu 11 mandados de busca e apreensão em torcidas organizadas do Corinthians. Cinco mandados de prisão foram emitidos, mas apenas dois desses torcedores foram efetivamente detidos. Tiago Aurelio dos santos Ferreira era um dos três foragidos – os outros ainda não foram localizados.
Os dois torcedores detidos na semana passada são Tarcício Barselli Diniz (da Pavilhão 9) e Gabriel Monteiro de Campos (da Camisa 12). Danilo dos Santos Gomes, que estava na sede da Camisa 12, também foi detido, mas em flagrante (ele portava entorpecentes, arma e explosivos).
O inquérito da Polícia Civil apura quatro crimes: invasão de propriedade, roubo, intimidação e agressão. A investigação tem tentado individualizar condutas, mas tem encontrado uma série de problemas para isso.
O primeiro fator complicador é técnico. No momento em que a invasão aconteceu, apenas duas câmeras do CT do Corinthians estavam funcionando. Elas mostram apenas a entrada de torcedores e não têm registros de delitos mais graves. O material foi enviado à perícia, e uma das linhas de investigação da Polícia Civil é o clube ter facilitado a entrada do grupo.
Reprodução Cidade News Itaú
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