sábado, outubro 05, 2013

'A vida era tudo para ele', diz filho de fotógrafo morto em Itanhaém, SP

Filho do fotógrafo Paulo Freitas fala sobre o pai (Foto: Bruno Gutierrez/G1)Em meio a muita emoção, o corpo do fotógrafo Paulo Freitas foi sepultado nesta sexta-feira (4) em Santos, no litoral de São Paulo. Familiares, amigos e colegas de profissão estiveram presentes à cerimônia para prestar a última homenagem. Entre eles, o filho do profissional, Eduardo Henrique Silva Freitas.
Eduardo resume como era Paulo Freitas. "Meu pai sempre foi maravilhoso. As pessoas que conviveram com ele sabem disso. A vida era tudo para ele, era bela, era demais. É só lembrança boa. Ele era a pessoa mais boa desta terra. São essas lembranças que nós, familiares e amigos, guardamos dele. Sempre alegre. Tudo era maravilhoso e estava bom para ele. É isso que eu guardo no coração. Acredito que todo mundo tem que guardar essa alegria que ele passava", diz.

O jovem lembra um bordão utilizado por Paulo Freitas, que ficou famoso entre aqueles que conviviam com o fotógrafo. "Ele tinha uma frase que era dele e que todos agora já estavam até usando, que era 'ai, meu papai!'. Vai ficar para sempre. Isso aconteceu, mas não irá apagar o que ele foi", comenta.
Amigos se despedem
Paulo Freitas trabalhou por 27 anos no Jornal A Tribuna, de Santos. Diversos profissionais que conviveram com ele no veículo de comunicação estiveram presentes para dar adeus ao amigo e fotógrafo.
O repórter fotográfico Irandy Ribas, que era companheiro e amigo pessoal de Paulo, além de homenagear o colega, estava a trabalho. Ele lamenta o momento. "Foi uma perda muito grande, não só como profissional. Perdemos um grande amigo. O momento é muito triste. É a foto que eu nunca gostaria de fazer. Ele era um cara puro, sem maldade, se iludiu com uma pessoa que não conhecia. Como você vai advinhar que um elemento pode ter esse grau de perversidade? Espero que ele pague por tudo que ele fez", diz.

Fotógrafo Irandy Ribas, amigo de Paulo Freitas (Foto: Bruno Gutierrez/G1)Emocionado, o jornalista Márcio Calves, que foi editor-chefe de A Tribuna na época em que Paulo trabalhava no jornal, recorda o amigo. "Quem conviveu com ele sabe que era uma pessoa que vivia sorrindo e era profissional. Não me lembro, como editor-chefe, dele ter recusado ou ter feito mal um trabalho. A morte dele, da forma como ocorreu, com a violência, é um absurdo. O mundo ficou pior. Ele era uma pessoa extremamente boa. Esse é um sintoma de que a sociedade, não queria usar este termo, está doente", analisa.
Já Carlos Roberto Nogueira, com quem Paulo Freitas trabalhou por 26 anos, revela o sentimento que abateu os profissionais da fotografia. "Era um cara super tranquilo. Sempre sorrindo. Uma tristeza muito grande para todos nós da fotografia. A gente está acostumado a fazer esse tipo de pauta, mas quando é com alguém muito próximo é triste. Isso irá ficar marcado para o resto da minha vida. O Paulo era um cara da melhor qualidade, não sei porque aconteceu isso. Ele não merecia de jeito nenhum essa situação. Vamos esperar por justiça. Infelizmente, essa fala não é só minha, é do Brasil todo", diz.
O caso
O corpo do fotógrafo Paulo Freitas, que estava desaparecido desde o último sábado, foi localizado em uma vala, às margens da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, na altura do bairro Jardim Anchieta, em Itanhaém.

Fotógrafo Paulo Freitas está desaparecido desde sábado (28) (Foto: Reprodução/TV Tribuna)O suspeito de matar o profissional foi preso em Peruíbe, também no litoral paulista, depois do corpo ter sido encontrado. A Polícia Civil ouviu testemunhas, levantou os últimos passos da vítima e chegou à conclusão de que Ronaldo da Silva, de 38 anos, irmão de uma conhecida do fotógrafo, teria matado Paulo Freitas. "O motivo teria sido vingança. Parece que eles haviam tido um desacerto, uma briga dentro do veículo, ambos haviam ingerido bastante bebida alcoólica e acabou tendo uma desavença", explica o delegado Douglas Borguez.
Ronaldo confessou à polícia que matou o fotógrafo. "Eu tenho uma confissão de forma unilateral que ele mesmo teria cometido o crime. Entretanto, nós trabalhamos com cautela, verificamos se isso realmente condiz com a realidade. Mas, tudo indica que fora ele e o motivo teria sido vingança. O corpo está localizado e o crime esclarecido", diz Borguez.
A Polícia Científica também esteve no local e a causa da morte será investigada. O suspeito vai ficar preso temporiariamente por 30 dias, na Cadeia de Itanhaém, esperando a decisão da Justiça. "É o prazo que eu tenho para a junção dos laudos e a conclusão do inquérito," afirma o delegado.
Ronaldo da Silva tem passagem policial e cumpriu a pena no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Praia Grande. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Itanhaém.

Sepultado em Santos, SP, o corpo do fotógrafo Paulo Freitas (Foto: Bruno Gutierrez/G1)

Reprodução Cidade News Itaú

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