domingo, março 25, 2012

Desafio de ser policial em uma sociedade cada vez mais exigente é uma tarefa de compromisso

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Eles são servidores públicos, trabalham fardados ou descaracterizados, enfrentam longas rotinas e encaram qualquer missão em nome da profissão. É assim a vida dos milhares de policiais que escolheram como profissão a carreira de combater o crime em busca de uma sociedade mais justa e pacata. Eles são policiais e vivem em uma sociedade cada vez mais exigente.
Ser policial já foi uma profissão honrosa, mas hoje seguir essa carreira também é um desafio diário que milhares de homens e mulheres travam no Brasil inteiro. Em Mossoró, a responsabilidade não foge à regra, onde policiais civis, militares, federais e rodoviários federal, mesmo diante das dificuldades voltam para suas casas no final do expediente com a sensação do dever cumprido.
"Ser policial não é tarefa fácil, temos que enfrentar a dura realidade das ruas, no combate à criminalidade, sem saber que a missão vai ser concluída com sucesso ou não. Muitas vezes, a missão foge do planejado e o policial tem que pensar rápido, com coerência, para salvar não só a sua vida, como também de toda a equipe", disse um policial militar da Ronda Ostensiva com o Apoio de Motocicleta (Rocam).
De acordo com o PM, o grupo que ele trabalha é considerado de risco, uma vez que está sempre à frente do trabalho ostensivo e preventivo, por isso o risco de "baixa" (morte de policiais) é muito grande, apesar de não ter sido registrada nenhuma nos últimos anos em Mossoró.
"Temos muito cuidado com as abordagens, devido a Rocam ser uma equipe de frente de combate. Hoje, na maioria das nossas abordagens somos recebidos à bala pelos marginais. As nossas viaturas são quase todas perfuradas de tiros e se não fosse o treinamento que recebemos a coisa poderia ter proporções graves para a corporação", destacou.
Devido ser uma profissão onde o sujeito não pode ser exposto, para a própria segurança do policial, a maioria dos entrevistados não autorizou a divulgação dos nomes, entretanto são unânimes quanto à questão dos desafios enfrentados diariamente. Para eles a falta de estrutura do Estado muitas vezes inviabiliza e compromete o trabalho da polícia, seja de qual for a corporação.
Veículos sucateados, falta de combustível, armamento defasado, tecnologia aquém do esperado, salários defasados, dentre outros, são alguns exemplos citados pelos profissionais do combate ao crime, entrevistados pelo O Mossoroense.
Na visão de um delegado, responsável por uma das delegacias de Mossoró, ser policial requer, antes de qualquer coisa gostar da profissão, acima de tudo, tendo que enfrentar a incerteza das ruas, sem saber se vai voltar para casa no final do plantão. "Costumo dizer aos meus policiais que tenham muita prudência quando tiverem de serviço, usando a razão mais do que a emoção, para que tudo saia bem no final", destacou.
Para o delegado, a polícia, seja ela qual for, trabalha sob forte fiscalização, daí a necessidade de ter um comportamento exemplar e uma conduta inquestionável. "Olha, digo sempre que a polícia é o órgão mais fiscalizado que existe. Somos fiscalizados pelo Judiciário, pelas promotorias, corregedoria, imprensa e pela população. Por isso temos que andar corretamente e ter boa conduta", concluiu o delegado. 
Concursos para ingressar na polícia têm atraído muitas pessoas para as corporações

Entre os inúmeros concursos oferecidos todo o ano para ingressar na polícia, um deles, atualmente com as inscrições abertas, tem atraído muita gente pela qualidade do salário oferecido. É o caso do concurso para a Polícia Federal, que oferece 600 vagas para papiloscopista e agente. Inscrição aberta desde o dia 16 deste mês. Além destas vagas, projeção é abertura de mais 2.000 vagas ainda este ano.
Após autorização do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe/UnB), através do Diário Oficial da União, o edital oferece 600 vagas em cargos de nível superior. Oportunidades são para papiloscopista policial federal (100 vagas) e agente da Polícia Federal (500 vagas).
Cargo de papiloscopista da PF exige nível superior em qualquer área de formação, em instituição reconhecida pelo MEC e Carteira Nacional de Habilitação categoria "B", no mínimo. Remuneração será de R$ 7.514,33, por jornada de trabalho de 40 horas semanais.
Para concorrer a uma das vagas de agente, candidato também deve ter diploma de conclusão de curso superior em nível de graduação em qualquer área, fornecido por instituição de ensino superior reconhecida pelo MEC, além de CNH categoria "B". Remuneração também será de R$ 7.514,33 por jornada de 40 horas semanais.
Inscrição
As inscrições devem ser feitas somente via internet, no endereço eletrônico http://www.cespe.unb.br/concursos/DPF_12__PAPILOSCOPISTA/ para Papiloscopista e http://www.cespe.unb.br/concursos/dpf_12_agente para Agente, solicitada no período entre 10 horas do dia 16 de março de 2012 e 23 horas e 59 minutos do dia 3 de abril de 2012, observado o horário oficial de Brasília/DF. A taxa será de R$ 125,00 para os dois cargos.

"Antes de ser policial sou um funcionário público e tenho que servir bem as pessoas"

O patrulheiro da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Araújo Souza, 31 anos, há um ano e meio trabalhando em Mossoró e há seis na corporação, tem uma visão especial de analisar o serviço do policial de uma forma geral.
Para ele, o policial é um servidor público, independente de qual farda for e sua missão é prestar serviços à sociedade de forma exemplar e honesta. "Antes de ser policial sou um servidor público e tenho por obrigação prestar bem os meus serviços à sociedade, que paga o meu salário, pelo menos é assim que penso em relação ao trabalho da polícia", explicou Araújo Souza.
Segundo o patrulheiro, ser policial é um sonho de criança que pode realizar por intermédio de um concurso público, no entanto tem de conviver com os desafios e a incerteza da profissão. Desafios pela falta de estrutura da polícia, com pouco efetivo para patrulhar uma malha viária bastante intensa. Incerteza porque nunca sabe se vai dar certo as abordagens e voltar para casa no final do expediente.
"Quando criança admirava muito o trabalho policial por isso sempre quis pertencer a uma corporação, porém tenho em mente que o trabalho de um policial é de extrema coragem, afinal defendemos a vida de pessoas que nem ao menos conhecemos, e muitas vezes com o sacrifício de nossa própria vida", disse.
O policial militar Morais contou que entrou para o quadro da PM devido ter sido vítima de uma abordagem policial malfeita. "Quando vi aqueles homens se comportando erradamente e de maneira maldosa resolvi que seria policial para mostrar um bom serviço à sociedade, que merece pessoas de boa conduta. Passei a estudar para o concurso da PM e há mais de seis anos estou na corporação. Modéstia à parte, realizando um trabalho digno e honrado" concluiu.
Mesmo com as dificuldades do trabalho, os policiais, independente da farda, encaram as atividades com muito profissionalismo e orgulho, e sem perder de vista o foco da realidade das ruas e os perigos que enfrenta.

Fonte: O Mossoroense

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