Polícia quer prender todos os suspeitos

As buscas pelos quatro suspeitos que conseguiram furar o cerco policial feito no sábado passado, 21, em Baraúna, foram canceladas no fim daquele mesmo dia e ninguém foi preso. Dois suspeitos morreram durante a operação policial e outros quatro conseguiram fugir. A Polícia Militar acredita que eles possam ter conseguido escapar levando consigo armas de fogo. Três armas, sendo duas escopetas de calibre 12 e uma pistola de calibre 380, foram apreendidas com os dois mortos.

De acordo com o major Cunha Lima, subcomandante do II Batalhão de Polícia Militar de Mossoró, o alvo maior da operação era o fugitivo da Justiça Francisco Acelino Barbosa Júnior, que tinha 26 anos e era conhecido como "Júnior Bandido". Ele chegou a ser apelidado na imprensa como "Terror do Ouro Negro", em referência aos crimes que cometia na favela, impondo medo através da força de suas armas.

"Eu mesmo já havia participado de outras operações para tentar prendê-lo no Ouro Negro, inclusive", explica Cunha Lima, destacando que foram feitas várias ações para tentar prendê-lo nos últimos 15 dias. "A gente vinha monitorando todos os passos dele e conseguimos localizá-lo em Baraúna", diz o major.

A operação foi realizada por policiais de Baraúna, com apoio da equipe do Grupo Tático Operacional (GTO). No início da tarde de sábado, uma outra equipe, da Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicleta (ROCAM), foi enviada à cidade para ajudar nas buscas pelos outros quatro que fugiram.

Os mortos na operação são Júnior Bandido, que é natural de Baraúna, mas vinha residindo em Mossoró havia vários anos, e Francisco das Chagas Pereira, que tinha 39 anos e era conhecido como "Chaguinha". Ele era natural da cidade de Paraú.

Segundo Cunha Lima, os outros suspeitos que conseguiram furar o cerco policial foram identificados. Todos são oriundos de cidades situadas na região Oeste do Rio Grande do Norte e a maior parte é citada em investigação de assaltos, tráfico de drogas e homicídios.

A operação de busca foi suspensa no fim da tarde, mas o major garantiu que a Polícia Militar continua empenhada na captura dos demais. "Continuamos fazendo um trabalho para localizar e prender os outros bandidos."

Para Cunha Lima, apesar da fuga dos quatro criminosos, a avaliação que se faz da operação é positiva. O principal alvo era Júnior Bandido, que foi morto.

"A avaliação que fazemos é extremamente positiva, apesar da fuga dos quatro e também das mortes, que nós lamentamos. O objetivo da Polícia não é esse (matar); o objetivo é prender. Mas eles reagiram. Para você ter uma ideia, só de pistola, eles efetuaram 11 tiros contra os policiais", comenta.

Alvo da ação era bastante perigoso

Ele era considerado pelas autoridades locais um bandido altamente perigoso e ousado. Ele possuía condenação por tráfico de drogas. No Ouro Negro, diversas operações foram realizadas pelas Polícias Civil e Militar para prendê-lo e acabar com o seu "reinado".

Ele usava adolescentes, todos armados, para vender drogas e fazer sua segurança. Alguns, inclusive, foram apreendidos e outros terminaram mortos em ações policiais ou vítimas de atentados de inimigos.

O terror imposto por Júnior Bandido e os outros bandidos ligados a ele foi tema de uma reportagem feita pelo DE FATO em outubro de 2009. A matéria mostrava que bandidos desfilavam pelas ruas armados em plena luz do dia. Moradores e comerciantes viviam amedrontados, reféns do tráfico.

Ultimamente, Júnior Bandido era foragido do Complexo Penal Agrícola Doutor Mário Negócio, situado na zona rural de Mossoró. Apesar da sua periculosidade, ele recebeu a progressão do regime fechado para o semiaberto. Na primeira oportunidade, fugiu da prisão.

Fonte: Defato