domingo, novembro 05, 2017

DNA e arcada dentária podem ajudar a identificar corpos carbonizados em carros em SP

Um corpo não identificado foi encontrado algemado, baleado e carbonizado dentro do porta- malas de um carro em chamas, no dia 1º de novembro no Morumbi, Zona Sul de São Paulo (Foto: Marivaldo Oliveira/Código 19/Estadão Conteúdo)Exames de DNA e análises das arcadas dentárias dos dois corpos carbonizados encontrados nesta semana dentro de porta-malas de carros no Morumbi, área nobre da Zona Sul de São Paulo, poderão ajudar na identificação das vítimas. Para isso, estão sendo procurados familiares de pessoas desaparecidas que venham a reclamar os cadáveres e forneçam material genético e radiografias para comparação com seus parentes sumidos.
Uma pessoa desconhecida foi achada algemada e queimada na madrugada de quarta-feira (1º) no porta malas de um Renault Logan na Rua Ribeiro Lisboa. Uma câmera de segurança gravou uma quadrilha atirando na vítima e depois queimando o veículo com ela.
A segunda vítima, um homem sem documentos, acabou encontrado no dia seguinte, quinta-feira (2), também de madrugada, em menos de 24 horas, cabonizado no porta-malas de um Hyundai i30, na Rua Leonor Quadros. Vídeo de monitoramento mostra o incêndio no veículo.
Os dois locais ficam em uma região de mansões, distantes menos de um quilômetro um do outro. Até esta sexta-feira (3) não havia suspeitos identificados ou presos. A polícia apura se os casos têm relação. Uma das hipóteses investigadas para os crimes é de disputa entre facções rivais por domínio territorial. Os automóveis usados foram roubados dias antes.

Sem digitais
O G1 apurou que a Polícia Civil pediu à Superintendência da Polícia Técnico-Científica a realização dos testes nos cadáveres para saber quem eles são. Devido ao estado em que foram encontrados, sem as mãos, derretidas devido ao fogo, não foi possível pegar as digitais deles para comparação com um banco de dados de registros de identidade.
O Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) também solicitou ao Instituto Médico Legal (IML) a realização de exames necroscópicos para se conhecer a causa da morte das vítimas.
Existe a possibilidade de que as pessoas tenham sido mortas antes de terem sido queimadas. Além da filmagem que mostra a primeira delas sendo baleada por criminosos, cápsulas de fuzil e pistola também foram achadas próximas da segunda pessoa morta.
Levantamento do G1 mostra que a polícia já registrou ao menos quatro casos idênticos neste ano na Zona Sul. Os outros dois ocorreram em junho e agosto, durante a madrugada, quando corpos sem identificação também foram achados queimados.

Junho
No dia 19 de junho, um corpo carbonizado foi encontrado no porta-malas de um Ford Fiesta em chamas na Rua Colégio Pio XII, no Morumbi. Bombeiros apagaram o fogo (veja acima vídeo do SP1 sobre o caso).
Vítima e autor continuavam desconhecidos nesta quinta. O caso foi registrado no 89º DP. Cápsulas de fuzil e pistola foram encontradas pela perícia.

Corpo foi encontrado no dia 2 de novembro em carro carbonizado em rua do Morumbi (Foto: Kleber Tomaz/G1)
Corpo foi encontrado no dia 2 de novembro em carro carbonizado em rua do Morumbi (Foto: Kleber Tomaz/G1)

Agosto
No dia 23 de agosto, o corpo de uma mulher não identificada foi encontrado parcialmente carbonizado próximo a pneus queimados na Praça José Galdino Fernandes, entre as ruas Luis Augusto Ferreira e Oscar Paes de Lira Salgado.
O caso foi registrado como homicídio doloso no 47º DP, Capão Redondo. A autoria do crime e a identidade da vítima continuavam desconhecidos até esta quinta. A mulher tinha cerca de 20 anos e 1,65 m de altura. Ela usava top e short.
Polícia Técnico-Científica
Por meio de nota , a Polícia Técnico-Científica informou que Instituto Médico Legal "é o mais bem aparelhado do Brasil e possui o que é necessário para identificar qualquer corpo desde que tenha condições para identificação."
Ainda segundo o comunicado enviado por e-mail ao G1, "o IML conta com o Núcleo de Antropologia Forense, Odontologia Legal, e pode obter identificação por exame de ossadas, arcada dentária, reconstituição facial e outras técnicas."
De acordo com a Polícia Científica, "o Instituto de Criminalística [IC] conta com o Núcleo de Biologia e Bioquímica que pode realizar identificação através de exame de DNA."

Fonte: G1

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