segunda-feira, novembro 20, 2017

Após ser solto, Jorge Picciani anuncia licença da Alerj para cuidar da defesa

Jorge Picciani foi preso dois dias depois de ter sido recebido por policiais federais no aeroporto do Rio e levado coercitivamente para depôr. (Foto: Rodrigo Menezes/Agência O Dia/Estadão Conteúdo)O deputado Jorge Picciani (PMDB) anunciou neste domingo (19) que vai se licenciar do cargo de presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) a partir da próxima terça-feira (21). O objetivo, segundo o parlamentar, é "querer se dedicar à sua defesa e à do filho, que permanece preso, e à sobrevivência da empresa de 33 anos da família". O deputado pretende retornar ao cargo somente em fevereiro, após o recesso do Legislativo. Veja abaixo a íntegra do comunicado de Picciani.
A Alerj destacou que Picciani não será remunerado durante a licença parlamentar "por força do art. 56, caput, III, aplicável a Deputado Estadual devido ao art. 27, § 1°, ambos da Constituição Federal". Durante o período de licença, o deputado ficará afastado das suas funções parlamentares. Seus substitutos são, nesta ordem, o 1º vice-presidente, Wagner Montes (PRB); 2º vice-presidente, André Ceciliano (PT); 3º vice-presidente, Jânio Mendes (PDT); 4º vice-presidente, Marcus Vinícius (PTB).
Um dos alvos da Operação Cadeia Velha, Jorge Picciani foi preso na quinta-feira (16) e solto no dia seguinte após a maioria dos deputados fluminenses decidir revogar a prisão decretada pela Justiça Federal contra ele eos deputados Edson Albertassi e Paulo Melo.

Um dos filhos de Jorge Picciani, o empresário Felipe Picciani, também foi preso na operação. Ele é um dos sócios da Agrobilara Comércio e Participações Ltda, que estaria usando a compra de gado para lavar dinheiro de propina.

A Operação Cadeia Velha apura a prática dos crimes de corrupção, associação criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas pela presidência da Alerj e outros cargos na Casa Legislativa.
Além de ter a prisão preventiva decretada pela Justiça, Picciani teve R$ 154,5 milhões de seu patrimônio bloqueados judicialmente. O bloqueio foi determinado pelo desembargador federal Abel Gomes na sexta-feira (17).
O bloqueio cautelar de contas e o arresto de bens se estende a outras de 12 pessoas e 33 empresas investigadas na Operação Cadeia Velha. Os valores dos bens bloqueados de Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi somam R$ 270 milhões.
A ordem de bloqueio envolve ativos financeiros e bens móveis e imóveis, incluindo veículos, embarcações e aeronaves. O desembargador também determinou a prorrogação da prisão temporária (por mais cinco dias) de quatro investigados na Operação Cadeia Velha: Felipe Carneiro Monteiro Picciani, Ana Claudia Jaccoub, Marcia Rocha Schalcher de Almeida e Fabio Cardoso do Nascimento.
Leia a íntegra da nota de Picciani:
O presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), deputado Jorge Picciani (PMDB), comunica que vai tirar licença de suas atividades parlamentares a partir desta terça-feira (21/11), e só deverá retornar à Alerj em fevereiro de 2018, após o recesso de janeiro.
A razão imediata é o fato de querer se dedicar à sua defesa e à do filho, que permanece preso, e à sobrevivência da empresa de 33 anos da família. A empresa teve a conta bloqueada pela Justiça - apesar que arcar com gastos fixos como salário de funcionários, impostos, veterinários e alimentação dos animais.
Sobre os movimentos em curso para que ele e os deputados Paulo Melo e Edson Albertassi sejam afastados do cargo, Picciani disse que aguarda a decisão com serenidade e, se for o caso, vai recorrer.
MP tenta anular votação da Alerj

O Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ) recorreu à Justiça para anular a votação realizada na sexta-feira (17) na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) que revogou a prisão dos deputados do PMDB Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi.

O pedido, feito por meio de um mandado de segurança assinado pelo Subprocurador-Geral de Justiça de Assuntos Cíveis e Institucionais, com o apoio do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (GAECC/MPRJ), foi protocolado eletronicamente no sábado (18).

Edson Albertassi, Paulo Melo e Jorge Picciani foram soltos após decisão majoritária de seus colegas parlamentares (Foto: Reprodução / TV Globo)
Edson Albertassi, Paulo Melo e Jorge Picciani foram soltos após decisão majoritária de seus colegas parlamentares (Foto: Reprodução / TV Globo)

Os procuradores alegaram que o presidente em exercício da Alerj durante a sessão, deputado Wagner Montes, e a mesa diretora ignoraram a liminar concedida pela Justiça que determinava a abertura da sessão para todos os cidadãos. As galerias do Palácio Tiradentes foram fechadas ao acesso público.

Para o MP, ao barrar o acesso dos cidadãos, a Alerj desrespeitou “os princípios mais basilares do Estado Democrático de Direito” com o objetivo de “camuflar a sessão pública”.
Ainda de acordo com o MP, “não há qualquer dúvida de que os atos praticados pelo presidente em exercício da Alerjsão arbitrários e ilegais”.
O mandado de segurança impetrado pelo MP requer, também, que uma nova sessão seja realizada pela Alerj para analisar a prisão dos três parlamentares, mas “com total acesso a todo e qualquer cidadão interessado”.

Fonte: G1

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