sexta-feira, março 03, 2017

Há 21 anos, Mamonas Assassinas morriam em acidente aéreo

 http://cidadenewsitau.blogspot.com.br/Em julho de 1995 o Brasil se rendeu à banda Mamonas Assassinas.
Irreverentes e bem humorados, eles apresentaram para o país
músicas com humor politicamente incorreto e certa dose de crítica social. Pelados em Santos, Jumento Celestino, Robocop Gay e outras canções viraram verdadeiros hits.

Em apenas sete meses, o grupo vendeu quase 2 milhões de discos, garantindo o recorde mundial do CD que mais vendeu em menos tempo. Com casas de shows lotadas, apresentaram-se em 25 dos 27 estados brasileiros – apenas Acre e Tocantins ficaram de fora – e se preparavam para lançar uma carreira internacional, com uma turnê marcada em Portugal e Espanha.

No entanto, no dia 2 de março de 1996, a carreira meteórica da banda é tragicamente interrompida. O avião Learjet, de prefixo PT-LSD, choca-se com a Serra da Cantareira (SP). O vocalista Dinho, o guitarrista Bento Hinoto, o tecladista Júlio Rasec, o baixista Samuel Reoli e o baterista Sérgio Reoli deixam órfãos não somente as famílias e seus amigos, mas também uma legião de fãs.

Mais de duas décadas depois do acidente, suas músicas ainda povoam o imaginário popular brasileiro. Confira neste especial um pouco sobre a trajetória e o legado do grupo de Guarulhos que em pouco tempo entrou para a história da música brasileira.

Após um show em Brasília, o avião em que estavam o vocalista Dinho, o guitarrista Bento Hinoto, o tecladista Júlio Rasec, o baixista Samuel Reoli e o baterista Sérgio Reoli chocou-se contra a Serra da Cantareira em uma tentativa de arremetida na madrugada do dia 2 de março de 1996.

Além deles, estavam a bordo o segurança Sérgio Saturnino, o roadie Isaac Souto, o piloto Jorge Luís Martini e o copiloto Alberto Yoshiumi Takeda. Todos morreram na hora. O grupo voltava a São Paulo para visitar a família antes de partir para uma turnê em Portugal e Espanha.

O enterro do grupo foi no cemitério Parque das Primaveras, em Guarulhos (SP). Emissoras de televisão interromperam a programação normal para transmitir o sepultamento dos rapazes e 65 mil fãs acompanharam de perto o funeral.

"Recebi a notícia de uma pessoa da produção de que o avião tinha desaparecido e fiquei com aquela sensação de vazio. Não sei explicar o que eu senti, mas posso dizer que foi uma sensação de vazio. Acho que todo mundo sentiu algo parecido quando a notícia se confirmou. E eu sinto isso até hoje", lamenta o produtor Rick Bonadio.

Durante 20 dias, peritos da Unicamp avaliaram a gravação entre os pilotos do Learjet PT-LSD e a torre de controle do aeroporto de Cumbica. No dia 17 de abril, o Departamento de Aviação Civil (DAC) divulgou seu parecer oficial sobre o ocorrido: uma manobra arriscada feita pelo piloto do jatinho e o desrespeito às normas de segurança pela companhia de táxi aéreo teriam causado o acidente.

Já se passaram duas gerações e os jovens curtiram e vão continuar curtindo o som deles. É por causa da energia que tem lá: brincadeira, sacanagem leve, sem ofensa pessoal. Isso é uma coisa que fala com todas as gerações. Era uma época que não tinha muito isso do politicamente correto. Muita coisa que foi cantada naquela época não poderia ser cantada hoje. Não tem, nem nunca terá, uma banda com a qual se possa fazer um paralelo.


Os Mamonas Assassinas falavam com todas as classes sociais, de uma maneira muito fácil, coloquial. O grupo tinha o apelo do duplo sentido que os artistas bregas, como Genival Lacerda e Waldick Soriano, mas eles conseguiram penetrar na classe média. Eles também tinham um componente circense, uma coisa meio performática, e presença de palco. Isso criou uma transversalidade entre o público. Você achava toda a gente ali. Geralmente, cada artista tem um nicho. Já eles conseguiram aqueles milagres que são raros, esperanto.

Ninguém teve ousadia de dar continuidade a esse tipo de trabalho. Acho que não seria o caso de competência. Medo, talvez. Ninguém se atreveu a encará-los num CD. Hoje não haveria mais espaço para os Mamonas Assassinas. O que poderia ocorrer seria uma espécie de nova jogada. No Brasil tudo é modinha. Tudo é lindo até deixar de ser no ano seguinte.

Ninguém teve ousadia de dar continuidade a esse tipo de trabalho. Acho que não seria o caso de competência. Medo, talvez. Ninguém se atreveu a encará-los num CD. Hoje não haveria mais espaço para os Mamonas Assassinas. O que poderia ocorrer seria uma espécie de nova jogada. No Brasil tudo é modinha. Tudo é lindo até deixar de ser no ano seguinte.

Em 2011, a história da banda Mamonas Assassinas foi contada de uma forma totalmente diferente. O grupo recebeu uma homenagem da escola de samba Inocentes de Belford Roxo no desfile do grupo de acesso do Carnaval do Rio de Janeiro.

O enredo "De Guarulhos para o palco da folia, sonhos, irreverência e alegria: Mamonas para sempre!" foi sugerido pelo fã Rodrigo Gomes. A agremiação mostrou na Marquês de Sapucaí a carreira meteórica de Dinho, Bento Hinoto, Júlio Rasec, Samuel Reoli e Sérgio Reoli.

O desfile contou com a presença dos familiares dos integrantes e alguns fã clubes. A bateria se fantasiou fazendo referência à música Robocop Gay, uma das canções de maior sucesso do grupo, e a Brasília amarela original – usada na gravação do clipe Pelados em Santos – também desfilou.

Musical
começar
Em março de 2016, o espetáculo O Musical Mamonas celebrou a trajetória do grupo no Teatro Raul Cortez, em São Paulo. Com direção de José Possi Neto e com texto de Walter Daguerre, a peça conta a trajetória da banda através do olhar dos próprios integrantes.

Os atores escolhidos para interpretar os músicos foram Ruy Brissac (Dinho), Arthur Ienzura (Sérgio Reoli), Elcio Bonazzi (Samuel Reoli), Adriano Tunes (Júlio Rasec) e Yudi Tamashiro (Bento Hinoto).

O espetáculo faz uma grande brincadeira com o gênero. Na história, os integrantes da banda Mamonas Assassinas são convocados pelo anjo Gabriel para dar um jeito na caretice que tomou conta da vida dos brasileiros. Com humor, irreverência e muita música, eles então contam como conseguiram passar pelo estreito funil do show business.

Fonte: Band

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