quinta-feira, fevereiro 05, 2015

Cidades usam drones para localizar criadouros do mosquito da dengue

Para tentar evitar uma nova epidemia de dengue, ao menos três prefeituras estão recorrendo a drones –veículos aéreos não tripulados. O objetivo é localizar
áreas de risco de proliferação do mosquito transmissor da doença.

Os equipamentos já estão em operação nas cidades paulistas de Santos e Limeira. A Prefeitura de Chapecó, em Santa Catarina, aguarda autorização da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para utilizar o aparelho –a agência avalia caso a caso.

A cada voo, uma câmera acoplada ao drone mapeia pontos de difícil acesso para os agentes de saúde, como caixas d'água de prédios altos, mata fechada ou imóveis abandonados, em busca de criadouros e de água parada.

Com as imagens como prova, as prefeituras conseguem pressionar, sob pena de multa, os proprietários que negam acesso aos agentes.

Limeira decidiu recorrer ao drone para aplacar o avanço da doença. A cidade registrou 635 casos de dengue clássica em janeiro, quase tanto quanto os 700 registros de todo o ano passado. Há um caso de morte suspeita sob investigação, e, com a fila de casos ainda em análise, a cidade prevê chegar ao nível de epidemia ainda este mês.

No sábado (31), quando o aparelho foi testado, a câmera flagrou caixas d'água de prédios com vazamentos de água e lajes com criadouros em potencial.

A diária do aparelho, que é alugado, custa R$ 1.000. "Na guerra contra a dengue, você tem que usar todas as armas e incorporar a tecnologia que surgir", justifica o secretário da Saúde, Luiz Antônio da Silva.

Em Santos, no primeiro voo do "caça-focos", na sexta-feira (30), foram flagrados possíveis criadouros em buracos da laje de um imóvel no centro. Também havia galões de tinta destampados. O proprietário deverá ser notificado a limpar o prédio.

Nesta terça (3), a Folha acompanhou uma demonstração do drone em outro imóvel. Em poucos segundos, o equipamento emprestado, mas que é avaliado em cerca de R$ 8.000, já mostra, na tela do operador, cenas de criadouros em potencial, que antes poderiam demorar meses para serem detectados por agentes de saúde.

Santos registrou sete casos de dengue no mês passado, e em 2014 acumulou 2.214 registros. "[Antes do drone] Ficávamos olhando e tentando ter ideia de que lá dentro poderia ter um foco. A gente ficava de mãos muito atadas", disse a coordenadora de Vigilância em Saúde de Santos, Ana Paula Valeiras.

Em Chapecó, mesmo sem nenhum caso da doença desde 2014, a prefeitura quer se precaver e adotar a ajuda aérea, já que foram localizados 300 focos de larvas do mosquito só em janeiro.

Fonte: Folha de São Paulo

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