segunda-feira, outubro 20, 2014

"O que posso dizer é que a eleição não está decidida", declara Garibaldi Filho

Garibaldi acredita na vitória de HenriqueO ministro da  Previdência  Social,  Garibaldi Alves Filho (PMDB), desembarcou em Mossoró esta semana para fazer campanha em favor do candidato ao Governo do
Estado, Henrique Alves (PMDB). Nesta entrevista, ele analisa as pesquisas eleitorais, o quadro político nas cidades onde a união de forças foi desfeita e fala um pouco sobre o desempenho dele à frente do Ministério da Previdência.

Bruno Barreto - Editor de Política

O Mossoroense: Ministro, esses números do Ibope surpreenderam o senhor?
Garibaldi Filho: Claro que me surpreendeu. Não houve uma mudança substancial na campanha. Não há um fato novo que justifique uma mudança tão abrupta. É como se o candidato adversário tivesse levado grande parte dos números de Robério Paulino e grande parte dos votos brancos e nulos. É uma coisa avassaladora para poder chegar a essa vantagem. Creio que as pesquisas às vezes cometem erros. Não estou afirmando categoricamente que a pesquisa está errada. Para dizer isso eu tenho que ter dados e eu não tenho condições de provar. Quero apenas advertir, no bom sentido. Primeiro, ao eleitor de Henrique Alves para que ele não leve a termo essa pesquisa. A eleição não vai ser decidida por uma pesquisa, não se abata. Há aquele impacto inicial porque não se espera. Agora o eleitor de Henrique tem que ir à rua como estou fazendo em Mossoró, rodando em busca do eleitor. O eleitor nosso não pode arriar a bandeira, ele deve seguir dizendo ao indeciso que ele não pode se deixar levar por um sentimento de protesto. O que posso dizer é que a eleição não está decidida. Só se decide depois do último voto depositado na urna. Digo isso porque sei do prestígio de determinados institutos de pesquisas e o Ibope é um deles, mas também pode cometer erros e já cometeu erros. Então, não vamos nos deixar levar por esse sentimento. Nós vamos ganhar essa eleição se Deus quiser. Não vamos morrer de véspera que nem peru.

OM: Em Assu e Pau dos Ferros, Henrique teve apoio de todas as tendências, mas acabou perdendo. Agora os prefeitos migraram para Robinson. Como o senhor analisa isso?
GA: Eu acho que houve uma municipalização da eleição nesses municípios e em face disso, as pessoas não assimilaram aquele entendimento proposto em termos altos pelo deputado Henrique Alves de juntar esforços para evitar uma radicalização e pudessem somar votos para o projeto político de Henrique, que é o melhor. As pessoas entenderam que deveria prevalecer a radicalização. Não deixaram se convencer pelo discurso do deputado Henrique fazendo com houvesse uma certa confusão que fez com ele perdesse a eleição nessas cidades. A aritmética em vez de somar diminuiu.

OM: Com essa radicalização, pode haver uma reversão nessas cidades?
GA: Pode haver. É capaz de haver e o deputado Henrique ser beneficiado em maior grau onde a polarização se der com uma força maior daquele município apoiando ele. É preciso entender que no dia 26 de outubro não vai haver em algumas cidades essa história de união.

OM: O senhor intensificou a agenda em Mossoró. O senhor acredita que o pleito aqui foi influenciado pela máquina pública?
GA: Eu não tenho... uma pessoa com a responsabilidade que eu tenho só posso acusar com provas porque seria chamado de leviano. Mas o que as pessoas falam aqui é que está havendo o uso da máquina, que ela está sendo usada em detrimento da candidatura de Henrique Alves e já foi usada em detrimento de Wilma de Faria. E isso resultou também na perda de representatividade de Mossoró na Câmara e Assembleia Legislativa.

OM: Qual a diferença de um governador com o prestígio de Henrique em Brasília?
GA: Eu creio nessa comparação porque eleição é comparar e eu diria que não há nem comparação porque Henrique sempre atuou no plano federal e isso levou ele a trazer recursos para o Estado que, infelizmente, não são do conhecimento de todos porque o trabalho dele é de articulação. Isso ocorre através de transferências orçamentárias diretamente do governo federal, ora através de emendas. Os recursos vão para o Governo do Estado e prefeituras e o parlamentar muitas vezes se vê preterido, discriminado. Às vezes quem está no Executivo não destaca adequadamente o nome dele.

OM: O senhor chegou a admitir rompimento com Lula e Dilma, caso Lula viesse fazer campanha para Robinson Faria?
GA: Houve uma preocupação grande. O ex-presidente Lula nos atropelou como aliados. Ignorou a nossa participação na campanha porque votamos em Dilma e fez a propaganda do adversários e isso gerou uma cobrança dos nossos correligionários. Não apenas dos peemedebistas, mas dos outros partidos que a nossa coligação é muito ampla. Mas é preciso ter cautela antes de uma atitude revanchista a ser tomada isoladamente que Henrique pudesse tomar em detrimento da candidatura a de Michel Temer à vice-presidência. Isso levou a nós a termos uma maior cautela a respeito dessa reação.

OM: Rompimento não passa pela cabeça do senhor?
GA: Não. No momento não. Não passa. Não quero tomar uma atitude isolada que não teria nem essa repercussão toda. Isso deve ser examinado no plano nacional. É preciso aguardar que Michel Temer é candidato a vice-presidente.

OM: Por que a reforma da Previdência não sai?
GA: A reforma da Previdência não sai porque qualquer reforma precisa de um amplo consenso no Congresso. Não é só a da Previdência. Não é fácil a reforma tributária, a reforma política, a reforma trabalhista... não tenhamos esse complexo todo porque a reforma previdenciária não sai. É lamentável. O Brasil precisa dessa reforma e a correlação de forças do Congresso Nacional não facilita isso. Há uma fragmentação partidária de tal maneira que não se formam os consensos, nem mesmo se o governo tomasse para si essa tarefa. Então, eu lhe responderia o seguinte: na Previdência tomamos uma medida substancial que foi a reforma da Previdência complementar do servidor público, mas é uma medida insuficiente.

Fonte: O Mossoroense

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