terça-feira, abril 08, 2014

Itaquerão poderá ficar pronto só no mês da Copa, diz construtora

A Fast Engenharia, empresa que está construindo as arquibancadas móveis nos setores sul e norte do Itaquerão, afirmou, via sua assessoria de imprensa, que não
tem mais como garantir a conclusão da obra até o final de maio. Essa data estava sendo veiculada até antes do dia 31 de março, data da última paralisação dos trabalhos, em virtude da morte de um operário. Agora, a empresa admite que a obra poderá ser concluída somente em junho, mês da Copa, que começa no dia 12, exatamente no Itaquerão, com a cerimônia de abertura e a partida entre Brasil e Croácia, pelo Grupo A do Mundial.

A Fast explica a dificuldade em precisar uma data de entrega em virtude do prazo apertado. A empresa também alega que parte da obra, no setor norte, oposto àquele onde um operário caiu de uma altura de sete metros e morreu, segue interditada pelo Ministério do Trabalho. O órgão exige que a empreiteira coloque redes de proteção no local para que os trabalhos sejam liberados, o que deverá acontecer até a próxima sexta-feira.

Na manhã desta terça-feira, representantes da Fast, do Governo do Estado de São Paulo (que se responsabilizou por viabilizar as arquibancadas provisórias) e da Ambev, empresa que patrocina a obra, reuniram-se na arena de Itaquera, para alinhar prazos e discursos. A Ambev, também via assessoria de imprensa, afirmou, após a reunião, que todos os prazos estavam mantidos e que a obra seguiria normalmente. 

As arquibancadas provisórias com 20 mil lugares são necessárias para a abertura da Copa do Mundo. Após o Mundial, elas poderão ser desmontadas, e o estádio ficará com capacidade para 48 mil torcedores. A obra permanente do Itaquerão, sob responsabilidade da empreiteira Odebrecht, deverá ser entregue na próxima terça-feira, segundo a construtora.


Morte e obras paradas

Após vistoria realizada nesta segunda-feira, o Ministério do Trabalho decidiu encerrar a interdição das obras no setor sul do novo estádio do Corinthians. Foi ali que, no dia 29 de março, Fabio Hamilton da Cruz, operário que trabalhava no local, caiu de cerca de sete metros de altura e morreu. Na segunda-feira seguinte, o Ministério do Trabalho interditou as obras.

A avaliação do Ministério do Trabalho é de que a morte do operário foi causada por negligência na segurança por parte da Fast. Segundo dados da perícia, os cabos que Fabio usava não eram suficientemente longos para as plataformas percorridas.

Na terça-feira da semana passada, Fast e Odebrecht estiveram reunidas com o Ministério do Trabalho. Os responsáveis pela pasta explicaram as condições e fizeram uma lista de exigências para que a obra fosse retomada.

A Fast teve mais um encontro com o Ministério do Trabalho na última quinta-feira. A empresa já começou a adotar medidas pedidas pela pasta, como um novo treinamento para funcionários (113 operários que trabalham em altura estiveram em aulas entre quinta e sexta-feira da semana passada) e a instalação de guarda-corpos, grades que já constavam do projeto original do setor.

No total, a lista elaborada pelo Ministério do Trabalho tem seis exigências. A pasta também pediu, por exemplo, a instalação de cabos longitudinais e um incremento na quantidade de cabos transversais.

O Ministério do Trabalho também exigiu inicialmente a criação de um sistema de proteção coletiva – com a instalação de redes de segurança, preferencialmente. No entanto, isso não será feito no setor sul, cuja instalação está quase concluída. Em vez disso, a Fast colocará andaimes acolchoados.

Já no setor norte a rede de proteção segue como uma exigência, exigência esta ainda não cumprida pela Fast. Por causa disso, a obra segue parada. Por causa disso, a construtora afirma não poder garantir a entrega da obra até o fim do mês de maio.

Reprodução Cidade News Itaú via Uol

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