terça-feira, outubro 01, 2013

Sócios do Barça usam caso de corrupção no Brasil para pedir saída de Rosell

Sandro Rosell pode enfrentar processo de impeachment no clube catalão Baseado entre outras coisas na acusação de superfaturamento em um amistoso da seleção brasileira, em 2008, um grupo de sócios do Barcelona fez um pedido formal pleiteando a saída do atual presidente do clube, Sandro Rosell. O movimento batizado GO Barça (Grup d'opinió barcelonista) quer a votação por parte do quadro dos sócios do Barcelona de um movimento de censura, previsto no estatuto do Barcelona, que pode acarretar na saída do cartola.

A formalização do pedido foi feita na última segunda-feira com a entrega de um documento na sede do clube catalão. O grupo de descontentes marcou para a próxima quarta uma entrevista coletiva em Barcelona para explicar os motivos do pedido.

Um dos organizadores do "GO Barça" informou ao UOL Esporte que a suspeita de superfaturamento na organização do amistoso entre Brasil e Portugal, em 2008, é uma das razões apontadas para que o cartola deixe a presidência.

Em março deste ano, a Folha de S. Paulo publicou que Sandro Rosell foi denunciado criminalmente no Brasil sob a acusação de se beneficiar ilegalmente de um contrato sem licitação e de usar um documento falso para poder organizar um amistoso da seleção. O cartola era um dos donos da Ailanto Marketing, que organizou o jogo. Agora, ele responde por falsidade ideológica e dispensa ilegal de licitação, na qual recebeu R$ 9 milhões em recursos públicos. Se condenado, pode receber pena de prisão de até oito anos.

Durante audiência com os sócios do Barcelona, no dia 22 de setembro, Rosell negou que esteja implicado em processo judicial no Brasil.

"Agradeço que se interessem pela minha vida privada, mas não tenho nenhum processo judicial em lugar nenhum do mundo, portanto, podem ficar tranquilos quanto a minha honra", disse o cartola.

"As principais razões para que o GO Barça apresente o movimento de censura são constantes na gestão atual do FC Barcelona: mentiras e enganos", afirmou o grupo de sócios em nota.

Além da saída de Rosell, eles pedem a expulsão de três vice-presidentes do clube: Josep Maria Bartomeu, Javier Faus e Jordi Cardoner.

O estatuto do Barcelona prevê a organização de um movimento para a saída do presidente em exercício. O artigo 51 do documento trata sobre o "voto de censura". Para isso, o grupo de descontentes precisa conseguir pelo menos o apoio de 5% dos sócios com direito a voto nas eleições do clube. Se o grupo conseguir essa adesão, o pedido de impeachment será levado à votação.

"O voto de censura só será aprovado se obtiver os votos favoráveis de dois terços ou mais dos votantes, sempre que o número desses seja correspondente no mínimo a 10% dos sócios e sócias do clube", diz o artigo 51.5 do estatuto do Barcelona.    

Essa é a terceira vez na história do Barcelona que acontece um movimento de censura a um presidente do clube. Em 1998, o então presidente Josep Lluiz Nuñez foi alvo de um grupo de sócios descontentes. Dez anos depois, Joan Laporta, sucessor de Rosell, também sofreu com um movimento semelhante. Nenhum dos dois pedidos de impeachment teve sucesso. 

Reprodução Cidade News Itaú

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