terça-feira, outubro 01, 2013

Hospital Deoclécio Marques retoma atendimento, mas escala não está garantida até o fim do mês

Nesta manhã, 120 pacientes estavam internados na unidade, sendo 24 nos corredores. Foto: José AldenirDepois de mais de dez dias com o atendimento comprometido por falta de profissionais no segundo maior hospital do Estado, o Pronto Socorro do Hospital Regional Deoclécio Marques de Lucena, em Parnamirim, retomou os atendimentos, nesta terça-feira (1º), em cirurgia geral, clinica médica e pediatria. Os serviços estavam suspensos desde o final do mês de setembro devido a dificuldades enfrentadas para o fechamento das escalas em função do déficit de profissionais nestas especialidades. Hoje, o atendimento está sendo realizado por dois clínicos, dois pediatras, três cirurgiões, dois anestesiologistas e três ortopedistas. No entanto, a escala médica ainda não está garantida até o final de outubro. Caso o Governo do Estado não tome nenhuma providência, depois do dia 20 de outubro, o atendimento será suspenso novamente.

Na manhã de hoje (1º) havia 120 pacientes internados no Hospital Regional Deoclécio Marques de Lucena. Quatro na reanimação, que tem capacidade para até seis pacientes, sete na UTI, que tem capacidade para dez, 34 pacientes na enfermaria de clínica ortopédica (com apenas dois leitos disponíveis), 15 pacientes na clínica cirúrgica, 12 na clínica médica, 21 nas observações de clinica médica, além dos corredores com 17 pacientes de clínica médica e sete de ortopedia. Os pacientes de ortopedia que estavam no corredor serão transferidos ainda hoje para o Hospital Médico Cirúrgico para realizar as cirurgias eletivas.

A situação no Hospital Deoclécio Marques ficou complicada depois que sete médicos pediram exoneração e após implementação de medidas administrativas pela Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap), como o ponto eletrônico. De acordo com a Sesap, a implantação do ponto eletrônico é a garantia do cumprimento efetivo dos plantões. Diante da falta de profissionais, a Sesap convocou, no último dia 21, quatro cirurgiões para atuarem na unidade. Os profissionais têm o prazo de até 30 dias, estabelecido por Lei, para se apresentarem à Coordenação de Recursos Humanos da Sesap. Desses profissionais dois estavam lotados no Hospital Regional de Angicos e um no Hospital Regional de Canguaretama.

A Secretaria também abriu um processo em caráter emergencial para contratação de cirurgiões por meio de cooperativa médica, que se encontra em tramitação para cumprimento de prazos administrativos. Para suprir o déficit de profissionais nas especialidades de clínica médica e pediatria, a Sesap irá buscar fortalecer parcerias com a Prefeitura Municipal de Parnamirim.

A diretora do Hospital, Elizabeth Carrasco, disse que as cirurgias foram suspensas desde o dia 27, a clínica médica desde o dia 23 e a pediatria, no dia 25 de setembro. Na área de clínica médica e pediatria não houve pedido de exoneração, o que há, segundo Carrasco, é um déficit de profissionais. De clínica médica há a necessidade de 120 plantões, mas a unidade conta apenas com sete médicos, e cada um pode cumprir 12 plantões por mês. Com isso, há um déficit de 80 plantões. A Prefeitura de Parnamirim completa com até 60 plantões, mas o déficit continua. Na pediatria são oito profissionais lotados no Hospital, mas a necessidade seria de mais oito pediatras. Na área de cirurgia geral são necessários três para a porta de entrada e mais três para evolução, diariamente. Através da Cooperativa serão contratados mais 80 plantões, mas Elizabeth Carrasco avisa que não será suficiente caso ocorra alguma intercorrência.

“Hoje, o serviço está fluindo normalmente, pois os funcionários que já fazem parte do quadro voltaram a cumprir a carga horária, mas provavelmente até o final do mês as mesmas categorias vão permanecer com o déficit de profissionais, se não for feita outra medida de complementação de profissionais. A Prefeitura de Parnamirim tem completado a escala de clínica médica, por exemplo, mas o que ocorre é que não há profissionais disponíveis para cumprir a escala”, destacou Elizabeth Carrasco.

O Hospital Deoclécio Marques de Lucena realiza cerca de seis mil atendimentos por mês. Durante o período em que houve o fechamento dos serviços no hospital, houve uma redução de até um terço no número de cirurgias realizadas. Na clínica médica, são realizados cerca de 200 atendimentos por dia.

Reprodução Cidade News Itaú

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!