quinta-feira, agosto 29, 2013

Apagões no governo Dilma podem ser alvos de CPI

Apagão de ontem atingiu cerca de 16 milhões de pessoas nos estados nordestinos; 1,2 milhão de potiguares foram afetados. Foto: José AldenirMais uma vez, uma enorme população do país ficou às escuras na tarde de ontem, colocando os estados do Nordeste como as maiores vítimas dos apagões. Segundo registros do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), pelo menos 16 milhões de brasileiros tiveram suas vidas prejudicadas por falta de energia. De acordo com a versão oficial do Ministério de Minas e Energia, uma queimada numa fazenda localizada no Piauí desativou duas linhas de transmissão e retirou quase 9% da carga média do sistema interligado nacional por período que chegou a quatro horas em algumas localidades.

Nos últimos anos, o Brasil tem convivido com uma dura rotina de apagões que pode acabar virando caso de investigação. Segundo o senador José Agripino, líder do Democratas no Senado, de setembro do ano passado até agora já ocorreram seis apagões pelo território brasileiro e, se o Governo Federal não apresentar informações claras e precisas sobre a política de prevenção de apagões, a oposição irá pedir a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

Segundo o senador, “é inaceitável que um governo – presidido por uma ex-ministra das Minas e Energia – não assuma políticas de investimento, segurança e prevenção no setor”. “Se o governo não tomar providências, anunciar as razões reais dos blecautes, vou propor uma CPI para investigar os motivos e identificar os responsáveis”, destacou Agripino.

Além do trânsito afetado principalmente nas capitais do Nordeste, o apagão afetou o funcionamento de sete aeroportos administrados pela Infraero em Salvador, Ilhéus, Paulo Afonso, Aracaju, Maceió, Fortaleza, Recife, além do aeroporto de Belém, na região Norte. O aeroporto internacional  Augusto Severo, em Parnamirim, não passou por problemas.

Entretanto, as quase quatro horas às escuras foram suficientes para fazer com que a vida de diversos potiguares fugisse da normalidade. Em Natal, o apagão que aconteceu por volta das 15h mexeu com o funcionamento do comércio, escolas, com a mobilidade nas principais vias e até com quem estava em casa, que ficou sem poder realizar atividades básicas.

De acordo com a Companhia Energética do RN (Cosern), todos os 1.237 milhão de consumidores da Companhia foram afetados. Desse número, 1.059 milhão é de clientes residenciais (85%) e 84.858 (7%) corresponde a comércios e indústrias. Os demais se dividem entre consumidores rurais, poder público e outros.

Ainda segundo a Cosern, o restabelecimento da energia foi realizado de maneira gradativa, situação considerada comum em acontecimentos do tipo. Na capital potiguar, às 16h45 4% das cargas estavam restabelecidas e às 18h35 todas as cargas de energia elétrica do Rio Grande do Norte já estavam funcionando normalmente.

O apagão parou o trânsito em todo o trajeto das avenidas senador Salgado Filho, Hermes da Fonseca e Prudente de Morais. Por falta de agentes de transporte, o transtorno ficou ainda maior, sendo possível ver cidadãos comuns descendo de seus veículos particulares para ajudar na passagem dos carros. A reportagem tentou entrar em contato com a Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob) para saber o número exato de agentes que estavam nas ruas, mas não obteve retorno.

Na saúde, de acordo com a Coordenadoria dos Hospitais Regionais do Estado, não houve registro de problemas devido ao apagão, uma vez que todos eles funcionaram com ajuda de geradores. Porém, na rede municipal de Natal, no Hospital dos Pescadores, no bairro das Rocas, dois pacientes que respiravam com ajuda de aparelhos contaram com o apoio de respiradores manuais, uma vez que o gerador da unidade não estava funcionando no momento do apagão. O Sandra Celeste também sofreu com o acontecimento, tendo que fechar mais cedo por falta de gerador.

As unidades básicas de saúde também foram prejudicadas. Porém, segundo avaliação do Departamento de Atenção Básica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o prejuízo não chegou a ser tão grande, pois por volta das 16h não há muita procura da população.  Já a UPA de Pajuçara e a Maternidade das Quintas não tiveram problemas devido ao funcionamento imediato dos geradores.

No comércio, de acordo com estimativa preliminar da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), o apagão rendeu um prejuízo de 20% a 25% no faturamento do dia. As quase quatro horas de paralisação na parte da tarde fizeram as lojas liberarem mais cedo seus vendedores. Nos shoppings da cidade, alguns lojistas chegaram a segurar parte dos funcionários, mas também sofreram pela pouca movimentação.

Reprodução Cidade News Itaú

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!