quinta-feira, julho 25, 2013

Wilma: “O povo perdeu a esperança em Rosalba. Este Governo quebrou o Estado”

A possibilidade de atraso nos salários dos servidores, diante da crise financeira anunciada pela governadora Rosalba Ciarlini (DEM), é vista como uma temeridade pela ex-governadora Wilma de Faria, presidente estadual do PSB. Esta semana, Rosalba cortou parte do duodécimo do Tribunal de Justiça, do Ministério Público, da Assembleia Legislativa e do Tribunal de Contas do Estado e, paralelamente, pediu aos secretários que cortassem até 20% dos gastos em cada pasta. Tudo para não deixar de pagar o salário de julho dos servidores. “Se isso está acontecendo é porque este governo que está administrando quebrou o Estado”, afirma Wilma, avaliando que a falta de gestão está levando Rosalba ao “topo da rejeição”. Enquanto isso, a população, e especialmente os servidores, perdem a esperança na atual administração. “Vejo isso com muita temeridade, porque estamos vendo que a falta de gestão está levando este governo ao topo da rejeição”, afirmou a ex-governadora.

Segundo Wilma, a esperança em investimentos e melhorias nos serviços públicos por parte do governo Rosalba fica cada vez mais distante, graças, segundo ela, ao comodismo que tomou conta da administração do Estado. “A população, e, em especial, o funcionalismo público, já não possuem esperança de uma mudança de postura governamental, que passe pelo investimento nos serviços públicos e valorização do servidor”. Diante desse cenário, Wilma, hoje vice-prefeita de Natal, disse recear que as paralisações das categorias de servidores se transformem numa greve geral, o que levaria o RN a um caos. “Tenho medo que as paralisações individuais e pontuais das diversas categorias que atuam no Estado evoluam para uma greve generalizada, que faça o RN parar de vez, trazendo consequências inimagináveis para toda a sociedade”, avalia.

DEVOLUÇÃO

Wilma abordou a devolução de recursos da área de segurança pública – no valor de R$ 2 milhões – para o Ministério da Justiça, por não utilização da verba, destinada à construção de delegacias e à modernização do setor. Para a dirigente partidária, a devolução da verba não representou qualquer novidade. “Isso para a gente não é novidade, já que vínhamos alertando a sociedade para a perda de recursos assegurados na nossa gestão e de Iberê (Ferreira de Sousa, sucessor de Wilma no governo). Isso prova que as justificativas alegadas pela atual gestão, com ataques à nossa administração, estão sendo todas derrubadas, uma a uma”, disse, questionando o discurso de Rosalba, de que encontrou “terra arrasada” ao assumir o poder.

Wilma afirma que sua gestão deixou dinheiro em caixa, diferentemente do que afirma o governo. “Deixamos, sim, dinheiro em caixa para solucionar vários problemas nas áreas essenciais e a população agora está comprovando que está faltando competência administrativa para a concretização dos investimentos em várias áreas essenciais. Afinal, as devoluções aos cofres federais também atingem a saúde, educação, turismo, mobilidade urbana”, declarou.

A vice-prefeita lamentou a perda de verba, tendo em vista as falhas da segurança pública, da saúde e da educação, que se somam a outros problemas, gerando consequências danosas à população. “Eu lamento muito mais porque não perdemos apenas ‘dinheiro’, mas delegacias, presídios, hospitais, escolas. Somando-se estas perdas à falta de efetivo e aparelhamento, as consequências são revoltantes: aumento da criminalidade, queda nos números da educação, perda de turistas e, infelizmente, mortes”, afirmou.

Wilma ainda avaliou politicamente o quadro administrativo, tendo em vista que o governo é gerido pelo DEM de Rosalba e do senador José Agripino Maia, que faz crítica contundente ao governo federal, da presidente Dilma Rousseff. Segundo ela, a “perversidade” tão atribuída ao governo federal pelo DEM “na verdade é aplicada ao governo da democrata do RN”, avaliou. “Volto a dizer: temos muito medo do que nos aguarda até o final desta gestão democrata”.

ESTARRECIDOS

Ainda abordando a situação financeira do Estado, a presidente do PSB, Wilma de Faria, afirmou existir uma contradição entre o discurso do governo Rosalba e a prática administrativa. Recentemente, o governo anunciou melhorias no Estado, mas, logo depois, estampa uma crise financeira. “Não consigo entender a contradição constante nas declarações desta administração. Digo isso porque há poucos dias a governadora declarou a toda a imprensa que o Estado ia deslanchar, com a contração de empréstimo junto ao Banco Mundial”, avalia a ex-governadora.

Mineiro: “Problema não é reduzir custeio, mas a incompetência”

O deputado estadual Fernando Mineiro avalia a crise financeira do Estado e afirma que o problema do governo não é de redução do custeio, mas de redução da incompetência. Segundo ele, a crise “é a confissão da incompetência administrativa” já que a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) “já tem dois terços do mandato cumpridos e ainda levanta uma crise que coloca em risco o dinheiro para pagar a folha de pagamento”.
Segundo Mineiro, o discurso do governo difere da mensagem lida por Rosalba no começo do ano na Assembleia Legislativa quando, segundo o petista, a governadora elogiou o equilíbrio nas contas do Estado, afirmando que as finanças estavam ajustadas. “Só que seis meses depois, não é nada disso que se vê”, afirmou. “O que está errado? A mensagem dela em fevereiro ou a crise de agora?”, questiona.
Mineiro disse ainda, entretanto, que, até o momento, para combater a propalada crise financeira estadual, Rosalba só comunicou intenção. “Ela precisa esclarecer, via sociedade, e indicar, quais são as contenções que ela vai fazer, onde ela vai reduzir em cada secretaria, que despesa vai cortar. Precisa fazer isso”, afirmou.

Segundo o deputado, nos seis primeiros do ano a receita de ICMS foi maior que a do semestre anterior. Além disso, o Fundo de Participação dos Estados (FPE), que junto com o ICMS formam as principais receitas do Estado, também foi superior neste semestre, em relação ao ano passado. “O ICMS e o FPE foram maiores. Então, acho que o que Rosalba precisa reduzir não é o custeio, mas a incompetência”, disse.

RESPONSABILIDADE

Mineiro afirmou, ainda, que, diante da crise, Rosalba sequer tem em quem colocar a culpa, já que ela está com dois terços do mandato transcorridos. “Vai colocar culpa em quem?”. O petista defende, ainda, mais transparência do governo, por causa do atraso no repasse dos recursos aos demais poderes. “Precisa ter mais transparência nos dados. Mais transparência nas informações. Dizer onde vai cortar”.

Mineiro também denuncia o não pagamento dos fornecedores por parte do governo. “Recebi informações de fornecedores dizendo que não estão recebendo. Na prática, o governo já decretou uma moratória. Como é que faz discurso em tom otimista, e seis meses depois na prática tem uma moratória com fornecedores? Foi do dia para o outro que piorou?”.

Reprodução Cidade News Itaú

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