terça-feira, julho 09, 2013

UTI Cardiológica do Walfredo pode ser interditada

A polêmica dos pedidos de exoneração em massa na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Cardiológica do Hospital Regional Monsenhor Walfredo Gurgel parece ainda estar longe de uma resolução. O mais novo capítulo dessa novela tem como protagonista o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Norte (Cremern), Jeancarlo Cavalcanti, que anunciou a possibilidade de a UTI ser interditada quando forem publicadas as exonerações dos médicos George Fonseca, Luciano Pilla, Rodrigo Sousa, Cristiane Pita e Stefferson Duarte.

A medida extrema será tomada caso a Secretaria do Estado de Saúde Pública (Sesap) não consiga realocar profissionais para suprir o déficit criado com as demissões. “Com a saída de cinco profissionais do quadro, fica inviável manter a escala mínima para funcionamento de uma UTI. Com base nisso, caso a Secretaria de Saúde não consiga suprir essa necessidade já para a escala de agosto, nós iremos interditar o setor de Terapia Intensiva Cardiológica do hospital”, afirma o presidente do Conselho.

Nesta segunda-feira (8), a diretoria do hospital convocou uma reunião com os cardiologistas do setor de enfermaria do Walfredo Gurgel. Na ocasião, foi apresentada proposta de transferência desses profissionais para a UTI. Um dos cardiologistas presentes no encontro, Émerson Ursulino, afirma ser muito difícil que se chegue a algum acordo. “Na reunião nos foi passada a real importância do problema, mas essa ação proposta pela direção da unidade é impraticável. Nós já trabalhamos com um contingente limite nas enfermarias. Transferir médicos para a Terapia Intensiva só mudaria o problema de lugar, isso sem considerar que o objeto do concurso prestado por nós é o trabalho em enfermarias e não em UTI”, ressalta o médico. Ursulino conta ainda que caso haja alguma imposição da Sesap nesse sentido, corre-se o risco de novo pedido coletivo de exoneração. “Se essa medida for tomada de maneira arbitrária, o problema pode se tornar muito maior, com mais pedidos de demissão”, alerta.

Procurados pela reportagem d´O Jornal de Hoje para comentar a declaração do presidente do Cremern, os demissionários disseram desconhecer o fato e mantiveram o alinhamento no discurso. “Pra mim [a decisão de interditar a UTI Cardiológica] é novidade, a notícia não havia chegado a nós. A responsabilidade dessa situação é do Governo do Estado. Nós não somos obrigados a continuar exercendo a Medicina sem mínimas condições de trabalho”, salientou Luciano Pilla.

O coordenador do setor cardiológico, George Fonseca, reforçou as palavras do colega. “A bola está com o secretário de Saúde do Estado [Luiz Roberto Fonseca]. Ele e o Walfredo Gurgel devem correr atrás para resolver a situação. Nós vamos cumprir o que foi acordado e manter todas as escalas que já tínhamos marcado até o fim do mês, depois é com eles. Caso a unidade seja realmente interditada, serão menos 10 leitos de UTI no Estado, e os pacientes em tratamento terão de ser removidos para tratamento em pronto-socorro, o que é um absurdo”, reforça.

Reprodução Cidade News Itaú

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