A piloto de motovelocidade, Vanessa Daya, morreu nesta quarta-feira em decorrência de grave traumatismo craniano. A piloto de 31 anos sofreu acidente na pista do Autódromo Nelson Piquet, no domingo, em Brasília, durante etapa do campeonato regional. O autódromo Nelson Piquet está sob suspeita.
Uma comissão criada pela Federação de Motociclismo do Distrito Federal comparecerá ao autódromo na tarde desta quarta para analisar as causas da morte. Serão periciados também a moto e os equipamentos de segurança usados por Vanessa.
Em contato com o UOL Esporte, o presidente da Federação de Motociclismo do Distrito Federal, Carlos Senise, admitiu que as condições da pista são ruins, mas que o acidente que vitimou Vanessa foi por fatalidade.
"Em 40 anos de autódromo, nunca passou por uma reforma completa. Apenas melhorias paliativas, como algumas caixas de britas e proteção. Mas no local [do acidente] não tem problema nenhum. Houve a fatalidade. Eu criei comissão para analisar o ocorrido", informou Carlos Senise.
Piloto da Stock Car, Átila Abreu participou de prova no começo do ano em Brasília. Ele considera péssima toda a área da pista do autódromo de Brasília e que representantes da categoria tentaram impedir uma etapa no DF. A área de proteção é praticamente inexistente e o asfalto está desgastado.
"O traçado é legal, mas as condições da pista de Brasília são péssimas. Não existe um trecho da pista em que o asfalto é bom. Tem áreas em que acabou o asfalto e aparecem pedras. Se para nós do Stock Car é perigoso dirigir com um asfalto desse, imagino com o pessoal da motovelocidade, em que o contato com o asfalto é direto. Infelizmente só é feito alguma coisa quando uma tragédia dessa acontece", disse Átila.
O Governo do Distrito Federal pretende investir na reformulação do autódromo visando abrigar etapa do Mundial de MotoGP em 2014. Um ofício apresentado no início do ano detalhava a intenção do projeto de modernização. No entanto, as obras não começaram.
A reportagem tentou contato nesta quarta com a Secretaria de Esportes do Distrito Federal, mas não obteve retorno.
Segundo relato de pessoas presentes na etapa da motovelocidade, Vanessa teria saído de uma curva e perdeu o controle após acelerar. A moto chicoteou e ela foi ejetada para frente. A moto caiu sobre o capacete.
Vanessa foi socorrida logo após o acidente e encaminhada no domingo para o Hospital de Base com fraturas na face, em estado gravíssimo.
Ela passou por cirurgia na segunda, recebendo dois cateteres para reduzir a pressão intracraniana. Mas na terça-feira foi diagnosticado morte cerebral. A confirmação da morte ocorreu na madrugada desta quarta-feira, às 4h45.
O grupo de motociclismo Esquadrão de Cristo, em que Vanessa integrava, também relatou que a pista representa sérios problemas de segurança aos pilotos.
"A pista era de ruim para péssima. Recentemente abriu um bueiro em uma curva que causou danos durante prova de Stock Car", informou um integrante do grupo.
"Realmente houve problema com bueiro durante prova da Stock Car", confirmou o piloto Átila Abreu.
Fanática por motos, Vanessa competia no masculino e feminino
Vanessa batalhou com patrocinadores e conseguiu criar no ano passado uma espécie de "Liga feminina de Motovelocidade" no Distrito Federal. Ela incentivou outras mulheres a participarem de provas de motovelocidade. Vanessa foi campeã da categoria feminina no ano passado.
Fanática por motos, Vanessa também participava de provas masculinas, chegando a vencer a primeira etapa do campeonato regional, no começo do ano. No domingo, ela fez duas provas no mesmo dia.
Vanessa competiu primeiramente na bateria feminina e, em seguida, disputou a prova com os homens.
Reprodução Cidade News Itaú
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