quarta-feira, julho 17, 2013

Outro investigador foragido após operação do MP se entrega à polícia

Quatro policiais civis continuam foragidos (Foto: Divulgação/SSP) (Foto: Divulgação/SSP)Mais um policial civil que teve a sua prisão decretada pela Justiça de Campinas por suspeita de envolvimento com traficantes se apresentou na Corregedoria Geral da Polícia Civil nesta quarta-feira (17), segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo. Jandre Gomes Lopes de Souza, de 39 anos, era considerado foragido desde a terça-feira (16). Agora, são nove os policiais detidos e quatro seguem foragidos.
Antes de Jandre, o investigador Gilson Iwamizu dos Santos, também de 39 anos, já havia se apresentado nesta quarta-feira após ter a prisão decretada. Jandre e Gilson trabalhavam na 3ª Delegacia Especial de Apoio (Deap) do Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Denarc).
Sete mandados de prisão foram cumpridos durante a operação conjunta da Corregedoria com o Ministério Público estadual, deflagrada nesta segunda-feira (15) em São Paulo e na região de Campinas. A dupla que se entregou nesta quarta foi encaminhada ao presídio da Polícia Civil.

Corregedoria
Gilson dos Santos chegou no carro de seu advogado e entrou pela garagem do prédio da Corregedoria. A Justiça havia decretado a prisão do investigador e de mais dez policiais e dois delegados do Denarc a pedido do Ministério Público. Eles são acusados de extorsão, corrupção, proteção de traficantes e vazamento de informações.
No total, nove policiais civis já foram presos. Outros quatro ainda são procurados: Daniel Dreyer Bazzan, Danilo da Silva Nascimento, Leonel Rodrigues Santos e Silvio Cesar de Carvalho Videira. Os policiais teriam sido avisados da operação feita em conjunto entre o Ministério Público Estadual e a Corregedoria e fugiram. Informações sobre o paradeiro deles podem ser fornecidas pelo telefone 181, do Disque-Denúncia.
Os policiais são investigados por suspeita de vender e vazar informações privilegiadas de operações de combate ao tráfico para criminosos ligados à facção que atua dentro e fora dos presídios paulistas. Pelo esquema, teriam recebido mais de R$ 500 mil por ano como propina para evitar a prisão dos criminosos.
De acordo com a investigação, quando o pagamento atrasava, os policiais achacavam ou sequestravam os traficantes e seus familiares. Os detidos trabalham ou já trabalharam no Denarc, no Bom Retiro, na região central de São Paulo.
Delegado preso
O delegado Clemente Castilho Júnior é um dos nove detidos. Ele é supervisor da Unidade de Inteligência do Denarc e também integrante da agência integrada de inteligência dos governos estadual e federal para combater a onda de violência que ocorreu em São Paulo nos últimos meses. Ele e outro delegado do departamento são suspeitos de ter vazado informações a criminosos que poderiam comprometer a investigação da Promotoria.

O advogado de Castilho Júnior, João Batista Augusto Júnior, não foi encontrado para comentar o assunto. Na segunda-feira, ele declarou que seu cliente é inocente das acusações feitas pelo MP e, por esse motivo, iria pedir à Justiça que ele fosse solto.

Também nesta segunda-feira, um suposto traficante foi preso pela polícia em Serrana, no interior de São Paulo, suspeito de fazer ameaças de morte contra promotores do Gaeco de Campinas que investigam a relação entre os policiais e criminosos.
Flaviano de Lima Oliveira, de 36 anos, teria sido transferido para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Ribeirão Preto.  Aos jornalistas que acompanharam sua prisão, ele falou que iria se pronunciar sobre a acusação somente à Justiça.

Traficante extorquido
A investigação do Gaeco de Campinas para prender policiais civis começou em outubro de 2012, quando os promotores monitoravam traficantes da região e passaram a suspeitar do envolvimento de agentes de segurança com os criminosos.
Interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça teriam flagrado o homem preso em Serrana conversando com o detento Wanderson de Paula Lima, o Andinho, sobre os problemas do tráfico devido à cobrança de propina pelos policiais.

Andinho teria usado telefone celular dentro da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior, onde está preso desde 2002, condenado a mais de 400 anos de reclusão. Entre os crimes atribuídos a Andinho estão a participação no assassinato do ex-prefeito de Campinas Toninho do PT, em 2001, sequestros e tráfico. Ele é apontado como integrante da faccção que atua a partir dos presídios.

Reprodução Cidade News Itaú

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