O Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pirangi, que é o centro de triagem dos presos da Grande Natal, passou a ter mais de 70 presos na manhã desta segunda-feira (17). Agentes das Delegacias de Plantão da Zona Norte e da Zona Sul da capital potiguar levaram para lá 23 presos que foram detidos durante o último final de semana. Inicialmente, a direção do CDP se negou a receber os presos, alegando falta de vagas. Policiais civis afirmam que custódia por parte da polícia é ilegal.
A Polícia Civil encaminha os presos para o CDP, de responsabilidade da Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado, onde passam por uma triagem. De lá, eles são encaminhados para os outros CDP’s da cidade. Segundo o diretor Elielson Dantas, a falta de vagas acontece porque o sistema não está absorvendo os detentos que passam pela triagem. “Aqui é um centro de triagem. Eles deveriam ser encaminhados para outros locais, mas estão ficando aqui por falta de vaga”, explica.
Para os policiais civis, a situação é desgastante. “Não tem vaga. Ai sobra para quem? Para o delegado e os policiais que estão com esses presos há mais de 24 horas”, disse o delegado Odilon Teodósio. Para Gustavo Santana, diretor da Associação dos Delegados da Polícia Civil do Rio Grande do Norte (Adepol/RN), a guarda de presos por parte de policiais civis é inconstitucional. “Existe uma decisão judicial que proibe os policiais civis da Grande Natal de custodiarem presos. Essa é a gota d’água”, disse.
Ainda durante a manhã, a direção resolveu receber os presos. No último dia 11, Elielson Dantas afirmou ao G1 que havia uma ordem judicial que o impedia de receber presos além do número que já se encontrava no local. “Só posso receber um preso se um dos que estiverem aqui for encaminhado para o sistema penitenciário”, disse. Na ocasião, o diretor também destacou que 50 homens estavam custodiados no local, enquanto a capacidade era de 20 vagas.
Agora, o diretor explica que tentará novas vagas para os custodiados durante a tarde desta segunda. “Vamos entrar em contato para encontrar vagas no sistema”, concluiu.
Reprodução Cidade News Itaú
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