segunda-feira, junho 17, 2013

Empresário sequestrado no RN foi forçado a escrever carta para os pais

Sequestro Fábio Porcino (Foto: Anderson Barbosa/G1)

Os sequestrados do empresário mossoroense Fábio Porcino Rosado Chaves, de 23 anos, libertado do cativeiro na última sexta-feira (14), pretendiam fazer contato com a família da vítima por meio de uma carta. A informação é da delegada Sheila Freitas, que comandou as investigações. Segundo ela, Fábio foi forçado a escrever, de próprio punho, uma carta para os pais. O conteúdo da carta, no entanto, não foi revelado. “Não revelamos valores, mas posso dizer que a carta tinha várias exigências e a quantia pedida pelos sequestradores estava muito além do patrimônio da família”, disse a delegada. O jovem passou quatro dias sequestrado e foi encontrado pela polícia acorrentado numa cabana localizada na zona rural da cidade de Canindé, no Ceará. Dois suspeitos foram presos na ocasião.
A carta não chegou as mãos da família. “Não sabemos onde a carta está e nem com quem. Soubemos dela porque foi o próprio Fábio quem nos contou que foi obrigado a escrevê-la”, contou a delegada. Durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta segunda (17) para detalhar o fim do sequestro de Fábio Porcino, Sheila disse que a carta tinha data certa para ser entregue à família. “Dia 16. Nós o libertamos no dia 14, por isso a carta não chegou à família dele”, acrescentou.

Líder da quadrilha
Ainda durante a coletiva, a Polícia Civil divulgou o nome de um cearense que a delegada acredita ser o líder da quadrilha. Trata-se de José Wilson Trajano de Freitas. “Ele é muito perigoso, remanescente do bando de Valdetário”, disse ela, se referindo a Valdetário Benevides, líder da quadrilha dos Carneiro, morto em dezembro de 2003 durante confronto com a polícia na cidade de Lucrécia, na região Oeste potiguar. A quadrilha de Valdetário ganhou notoriedade pelos inúmeros assaltos a bancos realizados em vários estados do Nordeste.
Além disso, a delegada informou que Trajano foi preso em setembro de 2006, no estado do Ceará, apontado como membro de uma quadrilha que sequestrou o empresário gaúcho Dagoberto Antônio Faedo, que permaneceu 57 dias em cativeiro. "Trajano também já respondeu por homicídio e tentativa de assassinato no município de Tabuleiro do Norte (CE), ocorrido no dia 3 de junho de 1998", acrescentou. Ainda de acordo com Sheila, o cearense foi solto em abril deste ano. "Ele estava preso no Instituto Penal Paulo Sarasate, em Fortaleza. Ele foi beneficiado com a progressão de regime e estava no semiaberto", complementou.

Fabinho Porcino foi recebido com fogos em Mossoró (Foto: Marcelino Neto)Fabinho Porcino foi recebido com fogos
(Foto: Marcelino Neto)
"É uma amargura muito grande"
No sábado (15), empresário Fábio Alcindo Chaves da Costa, pai de Fábio Porcino, concedeu entrevista à imprensa em Mossoró. "É uma amargura muito grande a gente criar um filho com todo o amor e uma pessoa tirar ele da gente", falou. Ele elogiou o trabalho da polícia potiguar: "A polícia do Rio Grande do Norte é muito competente e está a altura de todo o Brasil. Eu só tenho a agradecer a polícia do RN".
O sequestro

O  empresário Fabinho Porcino  foi sequestrado na tarde de segunda-feira (10) em Mossoró, cidade a 285 quilômetros de Natal. Segundo informações da Polícia Militar, Fábio estava em uma das concessionárias de veículos do pai dele quando homens armados e usando coletes semelhantes ao da Polícia Federal o abordaram e o levaram do local.
Na tarde de sexta-feira (14), a polícia estourou o cativeiro onde Fabinho estava, no município de Canindé, no Ceará. O rapaz estava em uma cabana de lona preta montada no meio de um matagal. Dois homens foram presos. Um deles é sobrinho do dono da fazenda Garrote, propriedade onde os sequestradores montaram o cativeiro, e que também é considerado foragido. O outro preso foi detido fazendo a guarda da vítima.
Fabinho Porcino retornou para Mossoró ainda na noite da sexta (14). Ele foi recebido com fogos por familiares e amigos.

Segundo sequestro na família
Fábio Porcino é primo de Porcino Fernandes Segundo, vítima do mais longo sequestro da história do Rio Grande do Norte. Popó, como é conhecido, ficou 37 dias em cativeiro (de 16 de junho a 24 de julho de 2012). O cativeiro de Popó foi descoberto em uma casa na praia de Pitangui, no litoral Norte da capital potiguar. Um confronto entre os sequestradores e polícia deixou dois suspeitos baleados - um deles morreu.

Reprodução Cidade News Itaú

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