segunda-feira, junho 17, 2013

Dez suspeitos são procurados pelo sequestro de empresário no RN

Cearenses Ezequiel Serafim Leitão e José Wilson Trajano de Freitas são procurados pela polícia do RN  (Foto: Divulgação/Polícia Civil do RN)

Além dos dois presos suspeitos de envolvimento com o sequestro do empresário mossoroense Fábio Porcino Rosado Chaves, de 23 anos, a Polícia Civil do Rio Grande do Norte acredita que mais dez pessoas também tiveram participação no crime. O jovem passou quatro dias acorrentado até ser libertado, na última sexta-feira (14), em uma cabana de lonas pretas armada na zona rural da cidade de Canindé, no Ceará. Segundo a delegada Sheila Freitas, que comanda as investigações, destes dez que são procurados, oito foram responsáveis diretos pelo sequestro. “São os oito que foram até a concessionária do pai dele, em Mossoró, e o levaram de lá”, afirmou a delegada. Os outros dois, ainda segundo Sheila, são considerados os mentores do crime. Um deles, inclusive, é apontado como o líder da quadrilha. Os nomes e fotos destes últimos foram revelados e divulgados pela polícia nesta segunda (17) durante entrevista coletiva.

“Os dois têm mandados de prisão expedidos pela Justiça”, revelou a delegada, se referindo aos cearenses José Wilson Trajano de Freitas e Ezequiel Serafim Leitão. O primeiro, segundo Sheila, é o líder da quadrilha. “Ele é muito perigoso, remanescente do bando de Valdetário”, disse ela, se referindo a Valdetário Benevides, líder da quadrilha dos Carneiro, morto em dezembro de 2003 durante confronto com a polícia na cidade de Lucrécia, na região Oeste potiguar. A quadrilha de Valdetário ganhou notoriedade pelos inúmeros assaltos a bancos realizados em vários estados do Nordeste.
Ainda de acordo com a delegada, Trajano foi preso em setembro de 2006, no estado do Ceará, apontado como membro de uma quadrilha que sequestrou o empresário gaúcho Dagoberto Antônio Faedo, que permaneceu 57 dias em cativeiro. "Trajano também já respondeu por homicídio e tentativa de assassinato no município de Tabuleiro do Norte (CE), ocorrido no dia 3 de junho de 1998", acrescentou. Sheila afirmou também que o cearense foi solto em abril deste ano. "Ele estava preso no Instituto Penal Paulo Sarasate, em Fortaleza. Ele foi beneficiado com a progressão de regime e estava no semiaberto", complementou.

Polícia do RN localizou cativeiro de Fábio Porcino na cidade de Canindé, CE (Foto: Polícia Civil/Divulgação)

Quanto a Ezequiel, a delegada revelou que ele é sobrinho do dono da fazenda Garrote, propriedade rural onde os criminosos armaram o cativeiro. Foi lá que a polícia prendeu um dos suspeitos, um homem que estava de guarda, vigiando o empresário. “Durante os quatro dias que ficou em poder dos sequestradores, Fábio Porcino foi impedido de tomar banho. E por mais incrível que pareça, este vigia também não”, disse ela.
O outro homem detido no dia em que a polícia estourou o cativeiro foi preso pouco antes, na cidade de Canindé. “Eu não posso dizer como nós chegamos a este homem, mas posso dizer que ele é motorista de uma empresa terceirizada que presta serviço para a prefeitura da cidade. Foi ele quem entregou o restante do bando e foi ele quem nos levou ao local do cativeiro”, afirmou Sheila Freitas.  O suspeito, ainda segundo a delegada, é sobrinho de Ezequiel Leitão, dono da fazenda onde os criminosos armaram o cativeiro.
A polícia não revelou nada sobre os oito homens que chegaram à concessionária de veículos se passando por policiais federais e que levaram Fábio Porcino.
Carta à família
Ainda durante a coletiva realizada nesta segunda para detalhar o fim do sequestro de Fábio Porcino, a delegada que comanda as investigações revelou que os criminosos pretendiam fazer contato com a família dele por meio de uma carta. Segundo Sheila Freitas, o empresário foi forçado a escrever, de próprio punho, uma carta para os pais. O conteúdo da carta, no entanto, não foi revelado. “Não revelamos valores, mas posso dizer que a carta tinha várias exigências e a quantia pedida pelos sequestradores estava muito além do patrimônio da família”, disse a delegada.

A carta não chegou as mãos da família. “Não sabemos onde a carta está e nem com quem. Soubemos dela porque foi o próprio Fábio quem nos contou que foi obrigado a escrevê-la”, contou a delegada. Sheila acrescentou que a carta tinha data certa para ser entregue à família. “Dia 16. Nós o libertamos no dia 14, por isso a carta não chegou à família dele”, acrescentou.

Reprodução Cidade News Itaú

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