terça-feira, maio 14, 2013

Igreja ainda pedirá perdão sobre união gay, diz padre excomungado


Excomungado da Igreja Católica após publicar nas redes sociais mensagens polêmicas sobre homossexualidade, fidelidade e mudanças no catolicismo, Roberto Francisco Daniel, conhecido como Padre Beto, afirmou nesta terça-feira (14), após seminário da Câmara dos Deputados, que a Igreja ainda "vai pedir perdão" por rejeitar o casamento entre pessoas do mesmo sexo (veja no vídeo ao lado, do G1).

Nesta terça, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou, por maioria de votos (14 a 1), uma resolução que obriga os cartórios de todo o país a celebrar o casamento civil e converter a união estável homoafetiva em casamento.
O G1 procurou a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), mas a entidade ainda não tinha se manifestado sobre o assunto até a publicação desta reportagem.
“Mais tarde, a Igreja, talvez muitas vezes, vai pedir perdão e vai legitimar o matrimônio igualitário”, disse Padre Beto. “Todas essas pessoas são amadas por Deus, são filhas e filhos de Deus e merecem ser felizes dentro da sua sexualidade humana”, declarou.
 Para Roberto Francisco Daniel, que é teólogo, doutor em ética e se diz cristão e heterossexual, mudanças podem ocorrer, mas não durante o papado do Papa Franciso. “O Papa Francisco vai trazer a coisa da humildade, mas acho que ele não tem força para fazer reforma na moral sexual da Igreja”, disse.
O padre excomungado também defendeu a decisão do CNJ, que avaliou como mais um passo à frente do Legislativo. “O Judiciário dá um passo à frente. Infelizmente, o Judiciário está tendo que legislar. Falta a esta casa de leis [o Congresso Nacionall]  uma postura mais firme, mais corajosa, para criar leis que venham humanizar a nossa sociedade”, afirmou.
Padre Beto, que atuava em Bauru, no interior de São Paulo, foi excomungado da Igreja Católica no último dia 29, depois de se recusar a confessar que errou ao divulgar material que cita a necessidade de mudanças da Igreja. O religioso afirmou que decidiu não se retratar por perceber a incompatibilidade entre direitos humanos, teologia, a mensagem de Cristo que é pregada no mundo e a instituição Igreja Católica.
Nota assinada pelo Bispo Dom Caetano Ferrari no último dia 23 pedia que ele fizesse “confissão humilde de que errou quanto a sua interpretação e exposição da doutrina, da moral e dos bons costumes ensinados pela igreja”.
O padre disse que renunciou após intensa reflexão. O padre já havia anunciado que renunciaria ao cargo quando foi excomungado pela cúpula da Diocese de Bauru.

Reprodução Cidade News Itaú

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