sexta-feira, junho 22, 2012

Polícia RN: denúncia contra delegados nas mãos da SDH


O delegado-geral da Polícia Civil do RN (Degepol-RN), Fábio Rogério da Silva, afirmou acreditar em uma investigação isenta contra seis delegados envolvidos em denúncia de participação em crimes como tráfico de drogas e homicídios. A denúncia, protocolada na Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República em nome do Sindicato de Policiais Civis do RN (Sinpol-RN) que negou a autoria do documento, veio de Brasília para o RN em meados de setembro do ano passado. 

Devido ao número extenso de crimes relatados e de pessoas envolvidadas, o delegado-geral optou por nomear comissões para os cinco inquéritos abertos. "Fizemos nosso trabalho, que foi receber a denúncia e abrir os inquéritos. Eles foram desmembrados porque são muitas pessoas envolvidas na denúncia. Não tinha como investigar tudo em apenas um inquérito", declarou o titular da Degepol.

Apesar da afirmação do delegado-geral do RN, ainda há a possibilidade da Polícia Federal entrar nas investigações. O pedido foi feito formalmente pelo então corregedor-geral de segurança pública, advogado Francisco de Sales Felipe, à ministra dos direitos humanos Maria do Rosário Nunes no dia 12 de junho. "Não acredito que seja necessário a entrada da PF. Eu respeito muito o trabalho da Polícia Federal. Acredito em meus delegados. Eles estão fazendo um trabalho isento e as investigações estão em curso", pontuou Fábio Rogério.

Segundo ele, os cinco inquéritos abertos, cada qual com uma comissão de delegados, ainda não foram finalizados por sobrecarga de trabalho dos envolvidos. "Todos os delegados designados para estas investigações tem seus trabalhos nas respectivas delegacias. Temos este problema, como todo mundo sabe. Se eles estivessem apenas com isto para investigar, com certeza já teriam finalizado os inquéritos", comentou Rogério. O primeiro inquérito foi aberto, através da portaria 020/2012 da Degepol, no dia 4 de abril, quando Laerte Jardim, Marcus Dayan Teixeira e João Bosco Vasconcelos foram designados para investigar os crimes contidos na denúncia encaminhada da SDH para o Governo do Estado. A mesma portaria não discrimina os supostos crimes cometidos pelos denunciados.

Denúncia protocolada

A Secretaria de Direitos Humanos, através de sua Ouvidoria, confirmou que a denúncia protocolada pelo ex-corregedor está sob análise do órgão. Entregue à SDH em 12 de junho, um dia antes da publicação da exoneração do advogado Francisco de Sales Felipe no Diário Oficial do Estado.

"Não podemos passar nenhuma informação sobre o caso neste momento. Apenas que a denúncia está na Ouvidoria", afirmou a Coordenadora-Geral da Ouvidoria, Ivanilda Figueiredo. Ela explicou que a Secretaria de Direitos Humanos não tem a prerrogativa de investigar o caso, apenas de acolher a denúncia. "A nossa função é articular com possíveis parceiros maneiras de que o caso seja investigado da melhor forma", explicou Ivanilda.

A reportagem do Diário de Natal teve acesso ao documento protocolado no dia 12 de junhona SDH. Endereçado à ministra Maria do Rosário, o ofício resume a sequência de fatos relatadas pelo ex-corregedor em matéria publicada na edição de quarta-feira.

Nos sete tópicos do "documento de caráter sigiloso, pelo zelo da vida do signatário deste", como está registrado nas primeiras linhas, Sales conta sobre como teve acesso à denúncia enviada pela própria secretaria ao Governo do Estado; as três vezes que pediu para a Secretaria de Segurança enviar a documentação, sendo enviada em novembro do ano passado; o requerimento à Degepol para abertura dos inquéritos, no dia 9 de março e as ditas retaliações contra o trabalho da Corregedoria. Ao final, pede que não seja permitida a "devastação" do RN. 

Fonte: DN Online/Cidade News Itaú

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!