A delegada de repressão aos crimes contra a criança e o adolescente de Campina Grande, Alba Tânia, disse aoG1 na manhã desta sexta-feira (22) que pretende indiciar a mãe da criança de onze anos que foi estuprada e espancada na madrugada da quinta-feira (21) próximo ao Parque do Povo, local onde acontecem os festejos juninos da cidade.
Segundo a delegada, a mãe da criança já demonstrou outras vezes que não tem condições de criar os filhos. "Mas de qualquer forma eu vou indiciá-la porque ela foi negligente ao abandonar a criança, que é filha dela", concluiu a delegada. Ela explicou que a mãe deve ser indiciada por maus tratos.
De acordo com a delegacia, a menina já havia sofrido uma tentativa de estupro há pouco mais de um mês. No primeiro caso, um adolescente teria tentado estuprar a menina. Contudo, segundo o delegado Kelsen Vasconcelos, ela disse à polícia que a violência não havia se consumado e se recusou a realizar exames de conjunção carnal.
As investigações da polícia já levantaram pistas que apontam para um suspeito do crime, que está sendo procurado. A delegada disse que está realizando diligências e que recebeu algumas informações, nas quais vai trabalhar e investigar. Ela explicou que já está analisando as imagens das câmeras do monitoramento que estão espalhadas pelo Parque do Povo para identificar se elas conseguiram flagrar a menina saindo acompanhada do local.
O Conselho Tutelar de Campina disse que houve negligência por parte dos pais da garota. "Pelos nossos acompanhamentos, a família foi, sim, negligente, porque é impensado, você imaginar uma criança de onze anos, solta na rua, mesmo durante o dia. Quanto mais à noite. O que é um fato de extrema gravidade”, disse o conselheiro tutelar Ezinaldo Gomes.
O Conselho informou que a criança está recebendo os cuidados médicos e psicológicos com toda uma equipe. A justiça é que deve determinar o futuro da menina, se ela volta para a casa dos pais ou não, mas por enquanto ela está sob custódia do Estado e recebendo o acompanhamento do Conselho Tutelar.
O promotor da Infância e da Juventude da cidade, Herbert Targino, solicitou que agentes da Secretaria de Assistência Social (Semas) trabalhem em plantão no Parque do Povo. "Os conselheiros e agentes da Semas deviam fiscalizar o tempo inteiro a presença de crianças no parque e conduzir para casa, com a ajuda da polícia social, as que estiverem sozinha", relatou. Quanto à família que se recusou a denunciar o crime, o promotor afirmou que vai avaliar para saber se tira a guarda da criança dos pais.
A delegada Alba Tânia disse que vai cobrar mais rigor da organização da festa para que as crianças não fiquem desacompanhadas no local. Ela disse que a Polícia Civil pode iniciar um trabalho de fiscalização de como é feita a triagem da entrada das pessoas nos pontos que dão acesso ao parque, mas essa ação ainda será estudada. Ela também solicitou para que quem tiver algum tipo de informação sobre o caso denunciar pelo disque-denúnica através do número 197. A ligação é gratuita e anônima.
A Polícia Militar acredita que a ação foi realizada por mais de uma pessoa, mas não soube informar quantas exatamente. A criança teria sido obrigada a ingerir bebida alcoólica antes de ser atacada, segundo a polícia.
Fonte: Patrulha do RN/Cidade News Itaú
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