quarta-feira, junho 20, 2012

Mesmo com polêmica, bola da Copa de 1950 é arrematada por R$ 45 mil


Detalhe da bola leiloada nesta terça-feira em Porto Alegre
(Foto: Luís Felipe dos Santos/Terra)

Apesar das dúvidas sobre se a bola rolou ou não no campo do Maracanã no dia 17 de julho de 1950, quando o Uruguai venceu o Brasil e provocou o famoso "Maracanazo", a redonda autografada pelos jogadores da seleção uruguaia na época foi arrematada por R$ 45 mil na noite desta terça-feira, na capital gaúcha. O comprador se chama Enrique e é de origem espanhola. A Agência de Leilões de Porto Alegre, porém, só irá revelar a identidade completa do comprador se ele autorizar.

A bola era um dos itens mais caros do leilão, que teve antiguidades, esculturas de artistas famosos como Xico Stockinger, quadros de autores como Iberê Camargo, documentos históricos e muito material sobre futebol. No mesmo leilão, não foi arrematada uma bola da Copa do Mundo de 1994 autografada por todos os jogadores do tetracampeonato, como Ronaldo e Mauro Silva, também com lance mínimo de R$ 45 mil.

Outras pérolas do futebol não foram arrematadas. Uma camiseta da Seleção Brasileira de 1962 autografada pelo jogador Vavá, número 19, não teve qualquer lance. Também não saiu uma camiseta do Santos de 1968, autografada por Pelé e todos os outros jogadores e comissão técnica, usada em um jogo contra o Internacional. Os lances iniciais para ambas as camisetas eram de R$ 12 mil.

A polêmica da bola

O item é anunciado no site da Agência de Leilões como "bola da final da Copa do Mundo de 1950, autografada pela seleção uruguaia. O site traz um vídeo em que Alcides Ghiggia, lenda do futebol uruguaio, confirma a autenticidade da bola. Também há um certificado de autenticidade, firmado em cartório no Uruguai, que mostra a posse da bola pela uruguaia Delia Aurora Pouso de Bordeani, outorgada pelo próprio Ghiggia. A lenda da Celeste teria dado a bola a uma vizinha.

Mas Ghiggia declarou ao jornal El País, do Uruguai, no final de maio, que a bola era apenas "parecida", e que foi um gesto de "simpatia" com a senhora. A bola original teria sido roubada em San Cono, capela na qual foi oferecida pelo jogador daquela seleção Roque Máspoli. O roubo ocorreu em 1980, e outros objetos históricos daquele mundial também foram levados na ocasião.

O arremate da bola foi recebido com muitos aplausos pelas pessoas que lotaram a Agência de Leilões de Porto Alegre. O colecionador de antiguidades Juan Daniel Estevez, que traduziu para o leiloeiro Daniel Chaieb o lance pela bola, vibrava com a comoção causada pelo fato. Usando uma camisa 10 da seleção uruguaia, Juan disse não acreditar que a bola tenha sido usada em jogo.

"Os gomos são diferentes", afirmou o conhecedor. "Mas o preço é justo, pois essa bola certamente é uma relíquia do futebol uruguaio. Deveria ser levada pela Associação Uruguaia de Futebol", afirmou.

Fonte: Terra/Cidade News Itaú

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