quinta-feira, março 15, 2012

Polícia prende em SP um dos líderes do PCC acusado de assassinar juiz em 2003

Rogério Cassimiro/Folha Imagem - 08.jun.2006 
A Polícia Militar de São Paulo prendeu hoje (15), na zona leste de São Paulo, João Carlos Rangel Luiz, 46, um dos acusados do assassinato do juiz Antonio José Machado Dias, 47, corregedor dos Presídios e da Vara de Execuções Criminais de Presidente Prudente. O magistrado foi morto com dois tiros no dia 14 de março de 2003, na saída do Fórum de Presidente Prudente.

De acordo com a PM, o acusado foi preso por volta das 11h30 em uma casa na vila Diva. Ele foi apontado como um dos chefes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) em 2003, quando o grupo coordenou uma série de ataques em São Paulo. O juiz assassinado atuava em processos que envolviam membros do crime organizado --entre os quais Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, e Júlio César Guedes de Moraes, o Julinho Carambola, também acusados do assassinato.

De acordo com o tenente Márcio Castro, comandante interino da 2ª Companhia do 21º Batalhão da PM, o acusado foi encaminhado à Central de Flagrantes e, de lá, deve ser levado ainda hoje ao CDP (Centro de Detenção Provisória) do Belém (zona leste).

“Ele confessou não só ser um dos cabeças do PCC, como também que participou da morte do juiz”, afirmou Castro. Segundo o policial, o preso ainda era procurado por dois roubos e foi localizado graças a uma denúncia anônima e à ação do trabalho do setor de inteligência da PM.

Entenda o caso
O juiz foi baleado por volta das 18h30 após seu Vectra ser fechado por dois outros veículos. Um dos veículos foi abandonado perto do local do crime. O motivo seria o descontentamento da facção com a atuação do magistrado ao julgar pedidos de presos.

Machado analisava pedidos de benefícios e fiscalizava o cumprimento de pena em sete penitenciárias da região de Presidente Prudente. Da jurisdição faz parte o Centro de Readaptação Penitenciária de Presidente Bernardes (589 km de SP), unidade de segurança máxima onde está presa a maioria dos líderes do PCC.

Cerca de duas semanas após o assassinato, a polícia concluiu que a ordem havia partido do homem tido como principal líder do PCC de dentro da Penitenciária 1 de Avaré (262 km a oeste de SP). Três dias depois da morte, um bilhete foi apreendido na prisão.

"Se realmente foi isso, hoje virá algum salve para você. A caminhada é a seguinte: o Machado foi nesta. Passou em todo o jornal lá da cidade e de São Paulo. Esse salve veio hoje pelo pessoal. Foi a Fia [suposta mensageira do PCC] que passou. Acredito eu que é a caminhada do câncer, pois a operação que faltava foi marcada e o paciente operado. Ela pediu para dizer que tinham matado o Machado", dizia a mensagem.

Marcola negou ter ligação com o homicídio. Três de outros quatro acusados já foram condenados pelo crime. João Carlos Rangel Luisi, o Jonny, pegou 19 anos de reclusão em regime fechado; Reinaldo Teixeira dos Santos, o Funchal, 30 anos de reclusão em regime fechado e Ronaldo Dias, o Chocolate, 16 anos e oito meses de prisão.

Julgamento de Marcola
Marcola, apontado como um dos líderes do PCC, foi condenado na madrugada de 12 de novembro de 2009 a 29 anos de prisão, em regime inicialmente fechado, pelo assassinato do juiz corregedor. O réu, preso na Penitenciária de Segurança Máxima de Presidente Bernardes (SP), não compareceu ao julgamento, na Barra Funda, zona oeste de São Paulo, e não poderia recorrer em liberdade. Ele apelou ao STF (Supremo Tribunal Federal) pelo benefício da progressão de regime, o que foi negado em fevereiro do ano passado.

Também apontado como líder na facção, Julinho Carambola também foi condenado pelo crime a 29 anos de prisão.

Fonte: Portal Uol

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