quinta-feira, julho 15, 2021

Representante da Davati mostra mensagens em série atribuídas a diretor da Saúde; 'o inverso da Pfizer', ironiza CPI



O representante da empresa Davati Cristiano Carvalho leu nesta quinta-feira (15) para a CPI da Covid uma série de mensagens atribuídas ao ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias. Cristiano relatou insistência de Dias em buscar contato, e os senadores da CPI ironizaram dizendo que a postura é o oposto da que o governo demonstrou com a Pfizer, quando demorou meses para fechar o contrato da vacina.


O nome de Cristiano foi primeiramente citado na CPI há duas semanas, pelo policial militar Luiz Paulo Dominghetti. O policial relata que ofereceu 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca ao governo federal em nome da empresa Davati.


Segundo Dominghetti, o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias lhe pediu US$ 1 dólar de propina por dose. Dias nega.


Mensagens por telefone

Na CPI, Cristiano leu as mensagens por telefone do dia em que foi procurado por Dias pela primeira vez, em 3 de fevereiro deste ano. Cristiano disse que ficou "incrédulo" de que um funcionário do ministério estava atrás dele.


"A primeira mensagem do Roberto Dias comigo, se apresentando como Roberto Ferreira Dias: 'Boa noite, Cristiano. Roberto Ferreira Dias, diretor de Logística do Ministério da Saúde’. Eu estava absolutamente incrédulo que era um funcionário do Ministério da Saúde entrando em contato comigo às 19h. Foi no dia 3 de fevereiro", relatou o representante da Davati.


Cristiano contou ainda que, naquele momento, estava com o filho, por isso não respondeu. Ele disse que Dias foi insistente e mandou mensagens e fez ligações em sequência.


Uma ligação foi às 19h40. Cristiano não atendeu. Então, às 19h41, Dias mandou mensagem:


"Boa noite, Cristiano. Aguardo seu contato", leu o representante da Davati.


Às 19h53, Dias fez nova ligação. Cristiano não atendeu. Em seguida, nova mensagem:


"Quando puder me liga".


Nesse ponto do relato, os senadores da CPI começaram a dizer: "É o inverso da Pfizer", e soltaram risadas. Eles fizeram referência ao fato de o governo ter ignorado diversas propostas de compra de doses da vacina da Pfizer e só ter fechado contrato meses depois de feita a primeira oferta.


Fonte: G1

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