quinta-feira, julho 15, 2021

CPI: vendedor da Davati diz que se referia a coronel Blanco ao dizer que só tinha 'fdp' em ministério



O representante comercial da Davati Medical Supply Cristiano Carvalho afirmou nesta quinta-feira (15), em depoimento à CPI da Covid, que fazia uma crítica ao coronel da reserva Marcelo Blanco da Costa ao dizer, em mensagem a Luiz Paulo Dominghetti, que só havia "fdp" no Ministério da Saúde.


A mensagem foi obtida pela CPI no celular de Dominghetti, que depôs à comissão após denunciar suposta cobrança de propina de US$ 1 por dose pelo ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, em uma negociação de doses da Astrazeneca.


Na troca de mensagens, Dominghetti se refere a Roberto Dias como "vagabundo", e Carvalho responde: "Só tem FDP nesse ministério."


Assim como Cristiano Carvalho, Dominghetti diz ser representante da Davati, empresa que tentou intermediar essa contratação. Roberto Dias nega ter cobrado propina e, à CPI, chamou Dominghetti de "picareta". O coronel Blanco, citado nesta quinta por Carvalho, foi assessor de Roberto Dias até janeiro.


"Peço até desculpas pelo termo, mas eram mensagens que a gente trocava. Sobre isso, acho que até me excedi. Na verdade, o que eu estava me referindo é como eu passei a negociar com o senhor [Marcelo] Blanco, aqui, eu me referia a esse tipo de negociação que tinha sido instaurada. Que aparentemente, o Roberto Dias havia indicado o Blanco para negociar comigo. Ele falava em nome do Roberto Dias o tempo todo", disse Carvalho.




"Quando me referi, era nessa questão aqui da interferência do Blanco, que não havia necessidade. Peço desculpas aí aos senhores, por ter mencionado um servidor público dessa forma, mas foi a sensação que eu tive por ter mais uma pessoa no negócio que não havia necessidade. Ele já não era mais um servidor público desde janeiro, né, porém a impressão que me deu foi que ele continuava assessorando o Roberto Dias", prosseguiu.


"É a única pessoa que eu tenho a me referir, que me trouxe alguma coisa, vamos dizer assim, 'tá estranho'. Fora isso, não teve absolutamente mais nada. Inclusive o Roberto Dias, só através das denúncias do Dominghetti que eu pude constatar", disse o representante da Davati.


Em outro trecho do depoimento, minutos depois, Cristiano Carvalho voltou a dizer que, mesmo após exonerado, o coronel Blanco seguia influenciando negociações no Ministério da Saúde.


"Parecia ele [Blanco] ser muito próximo do Roberto Dias, até um assessor oficioso. Continuava a exercer a mesma função que exercia enquanto estava no Ministério da Saúde", declarou.


Davati

A Davati entrou na mira da CPI após o policial Luiz Paulo Dominghetti, que se apresenta como representante da empresa, ter dito que em fevereiro deste ano o então diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, pediu propina em troca da assinatura de um contrato para compra de vacinas.



Segundo Dominghetti, a negociação envolvia 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca, e Roberto Dias pediu propina de US$ 1 por dose enquanto eles jantavam em um restaurante de um shopping em Brasília.


Dias, exonerado do cargo no mesmo dia em que surgiram as denúncias, já prestou depoimento à CPI e negou ter pedido propina, afirmando que Dominghetti é um "picareta".


Fonte: G1

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