quinta-feira, julho 15, 2021

Governo de Minas Gerais confirma que foi procurado pela Davati, mas nega negociações

O governo de Minas Gerais confirmou que foi procurado pela Davati Medical Supply, empresa que se tornou alvo das investigações na CPI da Covid, no Senado, após o policial militar e vendedor de vacinas Luiz Paulo Dominghetti ter denunciado uma cobrança de propina de US$ 1 por dose em meio à oferta de 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca ao Ministério da Saúde.


Cidade Administrativa, sede do governo de Minas Gerais — Foto: Danilo Girundi/TV Globo


Nesta quinta-feira (15), o representante comercial da Davati, Cristiano Carvalho, disse em seu depoimento em Brasília que negociou diretamente com o governo de Minas Gerais para compra destas doses.


“Diretamente, eu estive, na maioria, com consórcios de prefeituras. Que eu me lembre vários consórcios pelo Brasil, diretamente uns quatro consórcios. E diretamente com o governo de Minas Gerais”, contou Cristiano.

A Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais (Seplag) disse que foi procurada pela Davati com oferta para compra de vacinas por parte do estado. Formalmente, a Seplag manifestou seu interesse, emitindo para a empresa os documentos necessários: loi (letter of intention) e loa (letter of authorization), cartas de intenção e autorização, respectivamente.


A secretaria pediu ainda que fosse enviada proposta comercial formal, juntamente com a documentação de habilitação técnica e jurídica — incluindo a comprovação de que a empresa citada representava a indústria — para a instrução do processo de compras e pré-requisito para a celebração de eventual contrato de compra.


Porém, a Seplag nunca recebeu nenhuma proposta comercial e nem os documentos da empresa. Por isso, não houve negociação.


No dia 27 de maio, o governo de Minas Gerais registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Crimes Cibernéticos de Belo Horizonte “ao tomar conhecimento da circulação de um documento forjado que havia sido produzido com base nos documentos emitidos para a Davati Medical Supply nesse processo (loi e loa)”.


No documento forjado, o governo demonstraria interesse em adquirir vacinas contra Covid-19, mas não houve negociações.


“Desde a edição da lei 14.124/2021, o estado, por intermédio da Seplag, está tratando a possibilidade de aquisição de vacinas para o enfrentamento à Covid-19. Os contatos feitos foram realizados diretamente com as indústrias que fabricam os imunizantes, cujo retorno foi o de não possuírem condições para atendimento da demanda apresentada, considerando o comprometimento da produção com os contratos firmados com os governos nacionais”.


Fonte: G1

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