quinta-feira, julho 15, 2021

Davati tentou vender vacinas da Janssen ao Ministério da Saúde e enviou proposta a Élcio Franco, diz representante da empresa

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O representante comercial da Davati Medical Supply Cristiano Carvalho afirmou nesta quinta-feira (15), em depoimento à CPI da Covid, que a firma chegou a oferecer supostos lotes de vacinas da Janssen ao Ministério da Saúde.


A proposta foi feita em 15 de março ao então secretário-executivo do ministério, Élcio Franco, em uma carta assinada pelo CEO da Davati nos Estados Unidos, Herman Cardenas. Carvalho leu a comunicação durante o depoimento à CPI.


A Davati oferece, na carta, 20 milhões de doses ao preço total de US$ 2 bilhões (cerca de R$ 10 bilhões, considerando a cotação de R$ 5 por dólar).


A Johnson & Johnson, grupo que abriga a farmacêutica Janssen, já informou publicamente que não negocia vacinas contra Covid com empresas privadas.


No texto, a Davati advoga que o Ministério da Saúde deveria comprar esse lote de doses porque a vacina da Janssen é aplicada em dose única e, por isso, seria mais viável. E diz que a oferta anterior feita pela empresa, da vacina Astrazeneca, havia perdido importância devido ao aumento dos preços.


"Inicialmente, [foi] apresentada ao Ministério da Saúde a FCO [full corporate offer, oferta oficial] da vacina Astrazeneca. Contudo, após o aumento demasiado do preço pelo fabricante, de US$ 3,50 para US$ 17,50 e que tecnicamente, por exigir duas doses/injeções por cidadão, a DMS [Davati] está apresentando as vacinas da J&J como uma solução mais econômica e com menor prazo de entrega para o governo brasileiro", diz a carta lida por Carvalho na sessão.



"A opção pela vacina da Johnson & Johnson fundamenta-se tecnicamente na exigência de apenas uma dose por cidadão, a ser adquirida por um preço mais viável economicamente, garantindo ao Brasil", diz.

Até o momento, a Davati não demonstrou ter acesso, de fato, a nenhuma dose de vacina – nem da Astrazeneca, nem da Janssen. Os dois laboratórios negaram ter contratos de fornecimento com a empresa.


No último dia 5, reportagem do Fantástico mostrou que mensagens do celular do policial militar Luiz Paulo Dominghetti – que também se apresentava como representante da Davati – tratam da negociação de doses da Astrazeneca e da Janssen com estados e municípios.


Fonte: G1

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