terça-feira, julho 06, 2021

Feriado da Independência deixa ao menos 150 mortos a tiros nos EUA

Um balanço sangrento para o feriado nacional em que os americanos comemoram o dia da Independência. Pelo menos 150 pessoas foram mortas a tiros em cerca de 450 atos de violência ocorridos em todo o país, durante o fim de semana do último 4 de julho, indicaram inúmeras fontes da imprensa dos Estados Unidos.


Crianças agitam bandeiras dos EUA durante desfile em comemoração ao 4 de Julho em Pottstown, na Pensilvânia — Foto: Mark Makela/Getty Images/AFP


Em Chicago, Illinois, 92 pessoas foram baleadas no fim de semana do feriado e 16 morreram, de acordo com o jornal "Chicago Sun-Times". Entre os feridos, estão um comandante da polícia da cidade e um sargento que foram atingidos enquanto dispersavam um grupo, na manhã de segunda-feira (5). Ambos os oficiais foram levados para o hospital e não correm risco de vida.


"Houve muitas reuniões de grande público, muitos fogos de artifício explodindo de forma espontânea", disse David Brown, superintendente da polícia de Chicago ao canal WLS-TV. “Eles estavam dispersando uma multidão quando ouviram tiros e sentiram dor,” completou.


Os tiroteios registrados em Chicago neste fim de semana de feriado foram semelhantes aos de 2020, quando 87 pessoas foram baleadas, 17 fatalmente, de acordo com o canal ABC 7.


As estatísticas assustadoras sobre atos violentos nos Estados Unidos foram compiladas nas últimas 72 horas pelo "Gun Violence Archive", um banco de dados continuamente atualizado e que mostrava 448 tiroteios em todo o país, até a tarde de segunda-feira.



Em Norfolk, no estado da Virgínia, quatro crianças com idades entre 6 e 16 anos foram baleadas na sexta-feira (2) por um adolescente de 15 anos, disseram os policiais. As vítimas foram levadas para o hospital e estavam fora de perigo. O autor dos tiros foi detido.


Em Fort Worth, no Texas, a polícia relatou oito mortes na manhã de domingo (4), depois que um homem apontou uma arma e atirou contra um grupo de pessoas, após uma discussão em um lava-jato.


Já em Dallas, cinco homens foram baleados em um tiroteio em massa, também no domingo. Apenas uma das vítimas sobreviveu. Outro homem, de 61 anos, foi morto em outro ato violento nesta metrópole do Texas, no feriado de 4 de julho, ao ser atingido "várias vezes na rua durante uma confusão", disseram os policiais.


Em Cincinnati, Ohio, duas pessoas morreram e outras três ficaram feridas quando um atirador abriu fogo durante uma festa, ainda no domingo. Ninguém foi preso e os policiais não sabem ao certo o que gerou o incidente.


Em Atlanta, no estado da Geórgia, um garoto foi morto a tiros na noite de sábado durante uma briga que envolveu mais de 50 jovens, noticiou a emissora de TV Fox 5.


Para pesquisadores, essa é uma tendência que vem desde o início do ano passado.


“Desde 2020, em quase todas as grandes cidades americanas observamos um aumento das mortes, em comparação a 2019. Isso representa um aumento de 30% no período em São Francisco e Los Angeles, ou 55% em Boston e Chicago, e 58% em Atlanta. Então, há claramente um aumento de crimes violentos”, explica Alexis Rapin, pesquisador do Observatório de Conflitos Multidimensionais e do Observatório dos Estados Unidos da Universidade do Quebec, em Montreal.


“É interessante observar que isso acontece também nas cidades pequenas”, completa Rapin. “Temos uma teoria de que este fenômeno possa estar ligado à pandemia e ao estresse social que ela causa, incluindo a queda na atividade econômica, o desemprego e o fechamento de vários serviços públicos”, acrescenta o especialista.



Criminalidade maior na Big Apple

Somente em Nova York, foram registrados 21 tiroteios que deixaram 26 feridos entre a sexta-feira e o domingo. Os números, no entanto, significam uma leve queda em relação aos atos de violência armada ocorridos nas mesmas datas do ano passado, quando 30 pessoas foram baleadas, em 25 tiroteios.


Porém, se considerada a estatística anual, a Big Apple enfrentou um aumento de 40% nos incidentes com armas neste ano, ainda que, nas últimas duas semanas, esse tipo de violência tenha caído ligeiramente, de acordo com dados do CompStat (programa de informação usado pelos departamentos de polícia), divulgados na segunda-feira.


No dia 23 de junho, o presidente americano, Joe Biden, anunciou uma estratégia para combater ataques com armas no país, apelando para um esforço conjunto para reduzir a violência.


"Temos a oportunidade de nos reunirmos agora - como democratas e republicanos, como cidadãos americanos - para cumprir a primeira responsabilidade do governo e de nossa democracia: manter uns aos outros seguros. Chega", disse Biden, na Casa Branca.


Fonte: RFI

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