quinta-feira, março 08, 2018

Bombardeios do regime sírio contra Guta Oriental mataram mais de 900 civis

Crianças recebem tratamento em clínica na Síria após sentirem dificuldade para respirar (Foto:  Ammar Suleiman / AFP)
Crianças recebem tratamento em clínica na Síria após sentirem dificuldade para respirar (Foto: Ammar Suleiman / AFP)

Mais de 900 civis morreram em Guta Oriental em 18 dias, desde o início de uma violenta ofensiva do governo sírio contra o reduto rebelde, que fica nas proximidades de Damasco. O novo balanço foi divulgado nesta quinta-feira (8) pela ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), que suspeita de um ataque químico na região, segundo a France Presse.

Desde 18 de fevereiro, o balanço de mortos chegou a 905 depois que os mais recentes bombardeios aéreos contra a cidade de Zamalka provocaram as mortes de sete civis, indicou o OSDH, organização com sede no Reino Unido e que dispõe de uma ampla rede de fontes no país.

O ataque governamental na área densamente povoada já é considerado um dos mais agressivos da guerra.

Suspeita de ataque químico
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos afirmou ainda nesta quinta que foram registrados dezenas de casos de asfixia após os bombardeios aéreos do regime sírio e de sua aliada Rússia em Guta Oriental, o que levanta a suspeita de um ataque químico na região.

Na quarta-feira, os ataques aéreos na região, que são uma tentativa de dividir o enclave rebelde, marcam uma intensificação de uma campanha para impor a maior derrota desde 2016 aos combatentes de oposição ao presidente sírio, Bashar al-Assad.

Feridos sírios aguardam tratamento em clínica em Hamouria, em Guta Oriental, na quarta-feira (7)  (Foto: Abdullah Hammam / AFP)
Feridos sírios aguardam tratamento em clínica em Hamouria, em Guta Oriental, na quarta-feira (7) (Foto: Abdullah Hammam / AFP)

Na noite após o ataque, pelo menos 60 pessoas sofreram dificuldades respiratórias nas localidades de Saqba e Hamouria, após os bombardeios, de acordo com a France Presse.

Funcionários de um hospital da região afirmaram que trataram pelo menos 29 pacientes que apresentavam sintomas de exposição a gás de cloro, informou a Sociedade Médica Sírio-Americana (SAMS), uma ONG que apoia os centros médicos da Síria.

Nesta quinta, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha afirmou que o comboio humanitário que ia para Guta Oriental foi adiado. O exército russo afirmou que ataques rebeldes motivaram a decisão, de acordo com a agência Efe.

Forças Pró-Turquia
Forças turcas e rebeldes sírias aliadas retomaram nesta quinta-feira o controle total de Jandairis, uma localidade do reduto de Afrin, noroeste da Síria. Ancara lançou uma ofensiva contra uma milícia curda que atua na região, de acordo com a France Presse.

"Com este avanço, as forças turcas retomaram o controle das cinco principais localidades do encrave", segundo o OSDH.

A ONG informou ainda que os rebeldes aliados de Ancara se encontra a poucos quilômetros da principal cidade da região, Afrin.

Fonte: G1

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