quinta-feira, fevereiro 02, 2017

MEC pede que PF investigue suposta violação de dados de inscritos no Sisu

http://cidadenewsitau.blogspot.com.br/O MEC (Ministério da Educação) pediu à Polícia Federal que apure denúncias sobre acesso de "hackers" a inscrições de candidatos às vagas do Sisu
(Sistema de Seleção Unificada).

O ministro da Educação, Mendonça Filho, mandou ofício ao diretor-geral da PF, Leandro Daiello, nesta quarta (1º) para que a instituição investigue o "suposto acesso indevido a dados pessoais, que teria possibilitado mudanças de senha e de dados de inscrição, como opção de curso".

Uma das pessoas que reclamaram foi a paraibana Terezinha Gayoso, 23, nota mil na redação do Enem 2016. Ela buscava uma vaga em medicina, mas seu nome foi parar na lista dos convocados do Sisu para o curso tecnológico de produção de cachaça no IFNMG (Instituto Federal do Norte de Minas Gerais) —opção que Terezinha afirma não ter feito.

Na solicitação à PF, o ministro informou que os sistemas do MEC não registraram, até agora, sinais de acesso indevido.

O ministério relatou ter conhecimento de seis casos de estudantes afetados. O Enem teve 4,4 milhões de inscritos. Detalhes dos acessos aos sites, como data, hora, local, operadora e IPs que efetuaram mudanças de senha, foram compartilhados com a Polícia Federal.

Na terça (31), quando os casos de hackeamento ganharam repercussão, o MEC divulgou nota em que afirmava não ter registrado, até então, "indício de acesso indevido a informações de estudantes cadastrados, que configure incidente de segurança".

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Leia a íntegra da nota divulgada pelo Ministério da Educação na terça (31):

Sobre suposto hackeamento dos sistemas do Sisu e Enem o MEC/Inep esclarecem:

1 - Os sistemas do MEC e do Inep não registraram, até o momento, indício de acesso indevido a informações de estudantes cadastrados, que configure incidente de segurança.

2 - Há relatos na imprensa de casos pontuais de acesso indevido a dados pessoais de candidatos, que teriam possibilitado mudança de senha e de dados de inscrição, como opção de curso. A senha é sigilosa e só pode ser alterada pelo candidato ou por alguém que tenha acesso indevidamente a dados pessoais do candidato.

3 - Casos individuais que forem identificados e informados ao MEC como suposta mudança indevida de senha e violação de dados, o MEC vai remetê-los para investigação da Polícia Federal. Nos dois casos citados pela imprensa, o Inep já identificou no sistema data, hora, local, operadora e IPs de onde partiram as mudanças de senha. Os dados serão encaminhados para a Polícia Federal.

4 - Ressaltamos, também, que todas as ações realizadas no sistema são registradas em "log", de forma a possibilitar uma auditoria completa.

5 - A Secretaria de Ensino Superior (SESU) destaca que a atual gestão assumiu em maio de 2016, com o processo do ENEM 2016 em curso, na última semana de inscrições. Por isso, todo o sistema de operacionalização do ENEM foi definido na gestão anterior e estava em funcionamento, não podendo ser alterado no meio do processo.

6 - Para o ENEM 2017 as equipes do INEP/SESU estão trabalhando para aperfeiçoar o Exame, de forma a garantir segurança e tranquilidade aos inscritos.

CASOS

Gabriela de Souza Ribeiro
A candidata que alega ter tirado nota 1000 na redação, na verdade obteve pontuação de 460 pontos na redação do Enem 2016. Consta nos registros do Sisu acessos nos dias 24 e 29 de janeiro, respectivamente, às 11h30 e 12h33, com os dados da candidata e em nenhum deles foi realizada inscrição em qualquer curso.

Terezinha Gomes Loureiro Gayoso
Consta nos registros do Sisu acessos nos dias 24 e 29 de janeiro, respectivamente, às 12h15 e 22h12). O sistema também apresenta três tentativas de acessos sem sucesso (nos dias 24 de janeiro, sendo dois deles às 20h06 e o último às 20h07). A única opção de escolha de curso que consta é a de Produção de Cachaça, no Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais - Campus Salinas, realizada no dia 29 de janeiro às 22h14, conforme consta no último acesso registrado no Sisu. A candidata concorreu à vaga na modalidade: Candidatos com renda familiar bruta per capita igual ou inferior a 1,5 salário mínimo que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas (Lei nº 12.711/2012).

É válido ressaltar que, em 2011, a referida candidata ficou na lista de espera do Sisu pelo curso de Medicina. 

Fonte: folha de São Paulo

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