Um dia após o Governo do Rio Grande do Norte começar a desocupação do conjunto habitacional Praia-Mar, na Zona Oeste de Natal, famílias
Segundo moradores contemplados com as casas, a Companhia de Habitação Do Estado (Cehab) informou que eles poderiam começar as mudanças para o conjunto nesta quinta. No entanto, ao chegarem no local, moradores contemplados encontraram as casas ainda ocupadas.
De acordo com o presidente interino da Cehab, Rafael Alves, houve enfrentamento entre famílias contempladas com casas e famílias que estavam sendo despejadas, o que motivou a decisão da polícia de suspender a entrada das famílias contempladas nas casas.
"A comunidade ainda está muito hostil. Houve inclusive enfrentamento hoje pela manhã com os beneficiários originários que queriam vir para as suas casas", relatou Alves.
Do total de 65 famílias que participavam da ocupação e viviam no local, apenas 28 vão continuar morando no conjunto. Eles foram incluídos pelo governo no programa de habitação. Enquanto isso, famílias contempladas com casas e que não conseguiram entrar nas casas demonstraram decepção por não ocuparem a casa. Alguns moradores chegaram a ficar de guarda nas casas, para impedir novas invasões.
A dona de casa Meire Ferreira faz parte de uma das famílias que vai ter que deixar o conjunto. A moradora argumentou que invadiu a casa quando o conjunto ainda estava em construção e que ela e pelo marido finalizaram a casa. "Foi dinheiro suado do meu esposo. Eu saí com 4 filhos daqui. Isso é uma pouca vergonha, é uma humilhação", disse.
Desocupação
O Governo do Rio Grande do Norte começou a cumprir uma determinação judicial de reintegração de posse, na manhã desta quarta-feira (31). Ao todo, 65 famílias invadiram casas ainda em construção no conjunto Praia-Mar, na marginal da avenida Capitão-mor Gouveia, no bairro de Felipe Camarão, na Zona Oeste de Natal.
Segundo o governo, o conjunto começou a ser construído em 2008 com a previsão de acolher 415 famílias em situação de vulnerabilidade e renda familiar bruta mensal de até três salários mínimos. Em setembro de 2010, no entanto, o risco de invasão levou 137 legítimos beneficiários a ocuparem suas casas, ainda inacabadas. Já em janeiro de 2012, as 96 famílias agora despejadas, e que não estavam contempladas com o recebimento das residências, invadiram 65 casas restantes, além de ocuparem também o canteiro de obras e áreas adjacentes ao assentamento.
Fonte: G1
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