quarta-feira, fevereiro 04, 2015

Bope contém princípio de motim em presídio de Rio Branco

Policiais militares saindo do presídio após princípio de motim seja contido (Foto: Iryá Rodrigues/G1)O princípio de motim, iniciado ao meio-dia desta quarta-feira (4), após agentes penitenciários impedirem a visita íntima, no presídio Francisco D'Oliveira Conde,
em Rio Branco, foi contido após entrada da Polícia Militar e do Batalhão de Operações Especiais (Bope) na penitenciária. Mesmo com a situação controlada, o comandante da PM, coronel Júlio César dos Santos, informou que ainda está em diálogo com a direção do presídio para discutir o reforço da segurança na unidade.

Durante a revolta, presos queimaram colchões e também jogaram objetos nos corredores dos pavilhões. Após pouco mais de duas horas, a PM, juntamente com o Bope, conseguiu conter a situação. "Ainda não está 100% resolvido, precisamos decidir se vai ter visita ainda hoje ou não. Está muito sujo, ainda tem fumaça, objetos no corredor e os presos estão com os ânimos exaltados. O Iapen vai tomar essa decisão e, dependendo do que for decidido, vamos debater a questão da segurança", destaca o coronel.
De acordo com o comandante, o Bope deve permanecer no presídio durante todo o dia ou até sexta-feira (6), para quando está marcado o início de uma greve dos agentes penitenciários por tempo indeterminado. De acordo com o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sindape-AC0, Adriano Marques, o movimento está mantido.
"Na sexta-feira, 70% dos agentes penitenciários vão cruzar os braços. Claro que vão comparecer no serviço, bater o ponto e revezar entre os 30%, como está previsto em lei", destaca.

Helicóptero sobrevoou presídio para dar suporte a ação no presídio  (Foto: Iryá Rodrigues/G1 )

As mulheres dos detentos continuam do lado de foram da unidade. Savana Lima Rodrigues, de 19 anos, alega que foi agredida e ameaçada de morte por um agente e promete que as manifestações devem continuar. "Me renderam, imobilizaram, cheguei lá dentro e me ameaçaram de morte. Duvido se o Iapen resolve alguma coisa", reclama.
Ane Gomes, de 25 anos, também esposa de detento, diz que as mulheres querem fazer uma manifestação ainda na tarde desta quarta em frente a Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), no Centro de Rio Branco. "Nós elegemos os deputados para nos representar e queremos que os agentes nos respeitem. Enquanto isso não for cobrado pela justiça, continuaremos a fazer essas manifestações", destaca.
Entenda o caso
A visita íntima aos detentos do presídio Francisco d'Oliveira Conde foi impedida nesta quarta-feira (4) pelos agentes penitenciários, durante protesto contra o assassinato de dois agentes em menos de uma semana, em Rio Branco. Na ocasião, os agentes  exigiram equipamentos de segurança como colete, capacete, luvas, equipamento de raio-X, armamento letal e mais efetivo.
Revoltadas, mulheres de presos destruíram pelo menos 50 marmitas que seriam distribuídas aos operários que trabalham na reforma do complexo penitenciário. Por volta de meio dia, a situação se complicou e os presos da unidade de segurança máxima Antônio Amaro iniciaram um motim. 
O Batalhão de Operações Especiais (Bope) foi acionado para atuar no local, mediante decisão judicial. Segundo o comandante da PM, coronel Júlio César dos Santos, a  medida teve o objetivo de evitar qualquer tipo de depredação tanto dentro, como fora do presídio.
Para o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Acre (Sindape-AC), Adriano Marques, a manifestação foi válida e uma greve geral deve ser deflagrada na sexta-feira (6).
Em coletiva, nesta quarta, a Secretaria de Polícia Civil do Acre afirmou que as mortes dos agentes penitenciários não estão relacionadas. Na ocasião, o secretário Flávio Portela assegurou que as investigações continuam e que prisões devem ocorrer  "a qualquer momento".

Fonte: G1

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