quarta-feira, fevereiro 04, 2015

Aumento da umidade no Atlântico Sul pode melhorar regime de chuvas no Nordeste

Presença de nuvens nos últimos dias gera esperança de intensificação das chuvas As chuvas dos últimos dias no Nordeste podem indicar uma boa notícia a todos aqueles que dependem de um bom inverno na região. Segundo o meteorologista
da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), Gilmar Bistrot, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) tem trazido nuvens carregadas formadas no oceano Atlântico Sul.
Caso o fenômeno persista até o mês de maio, quando chega ao fim o inverno nordestino, a estação este ano pode ser de volume de chuvas dentro da média do período. O meteorologista explica que a ZCIT, onde se situa boa parte do Brasil e toda a região Nordeste, é a área mais quente do planeta, e influi diretamente no regime de chuvas porque é onde os ventos dos hemisférios Norte e Sul da Terra se encontram.
"Temos registrado aumento na umidade na porção sul do oceano Atlântico. Essa umidade tem sido trazida para o Nordeste e, se continuar assim de fevereiro a maio, o inverno na região pode apresentar volume de chuvas dentro da média para o período", explica o meteorologista.
Gilmar Bistrot conta que os efeitos do aumento da umidade no Nordeste nos últimos dias serão um fator analisado na terceira e última reunião do XVII Workshop Internacional de Avaliação Climática para o Semiárido Nordestino, entre meteorologistas e pesquisadores sobre o inverno no Nordeste este ano. A reunião será realizada nos dias 19 e 20 deste mês, em Natal, e traçará previsões para os meses de março a maio, quando a estação chega ao fim.
"Logo após a reunião, no dia 20, será emitida projeção do regime de chuvas até o mês de maio. Até lá, seguiremos acompanhando os indicadores como a temperatura e umidade tanto no oceano Atlântico como no Pacífico, o que, caso aumente de temperatura, pode diminuir as chuvas no Nordeste", explica Gilmar Bistrot.
No mês passado, os meteorologistas e a Emparn emitiram nota afirmando a probabilidade de que as chuvas na região ficariam abaixo da média era de 45% entre os meses de fevereiro e abril. A análise climática apontou ainda previsão de 35% de chuvas dentro do normal e apenas 20% acima da média.
Diferentes setores aguardam a publicação dos boletins e projeções do regime de chuvas no Nordeste, como agricultores e pecuaristas, além de empresas em ramos como o salineiro e de criação de camarões. Caso as chuvas fiquem dentro ou acima da média neste inverno, será o fim de três anos de seca na região. Contudo, se as previsões do mês passado se confirmarem, o abastecimento de água e economia nordestinas podem ser prejudicados.

Moradores do Sumaré são afetados por falta de estrutura para a canalização das chuvas

Mesmo com as leves pancadas de chuva que atingiram a cidade nos últimos dias, moradores do bairro Sumaré já têm enfrentado problemas e prejuízos como a perda de móveis devido à invasão de água nas casas. Eles afirmam que o problema persiste há anos e que a Prefeitura Municipal de Mossoró (PMM) não tem oferecido assistência aos afetados pelas enxurradas.
"Sempre que chove há esse problema. Já fomos à Prefeitura reclamar, mas não foi feito nada. Algumas pessoas perderam móveis. Falta planejamento e estrutura para captar a água da chuva", disse o morador Antônio César.
A PMM divulgou que, na manhã de ontem, uma equipe da Defesa Civil de Mossoró junto com o secretário de Serviços Urbanos, Carlos Clay, visitou o bairro Sumaré e encontrou problemas na estrutura de captação da água. 
"Estamos em um canal onde o curso da água vem sendo obstruído, a partir da construção de barramentos, colocação de metralhas. A secretaria retira constantemente esse material. No entanto, a população insiste nessa prática. É preciso que cada um se conscientize", afirma o secretário.

Fonte: O Mossoroense

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