quarta-feira, agosto 06, 2014

Andrés Sanchez deixa o Corinthians sem batizar o 'Itaquerão'

Andrés Sanchez anunciou seu desligamento da Arena Corinthians sem vender os naming rightsAndrés Sanchez travou uma verdadeira batalha em prol do nome do estádio corintiano. Em várias oportunidades, esbravejou contra
jornalistas que insistiam em chamar a casa alvinegra de Itaquerão. Chegou até a ligar e entrar em programas ao vivo, como o Bate-Bola, para corrigir os colegas na imprensa e deixar claro: o nome era Arena Corinthians. Tudo por causa dos naming rights, tão importantes para o pagamento da dívida contraída na construção do estádio.

Nesta terça-feira, porém, Andrés Sanches deixou a administração da Arena Corinthians sem vender o famigerado "nome do estádio". Além disso, foi embora sem avisar ninguém. O atual presidente do Parque São Jorge, Mario Gobbi Filho, ficou sabendo da decisão pelas notícias, bem como boa parte da diretoria do time. 

Não foi por falta de viagens, no entanto, que ele não conseguiu fechar o acordo. Andrés viajou mais de cinco vezes, custeadas pelo Corinthians, para o Oriente Médio tentando negociar os direitos de nome do estádio alvinegro. O ex-presidente corintiano tentava traçar um acordo de R$ 400 milhões por 20 anos de acordo. Até tentou baixar um pouco a pedida ou diminuir o tempo de contrato, mas não teve sucesso.

Ainda no final do mês passado, informações de bastidores apuradas pela reportagem davam conta de que o Corinthians estaria perto de um acordo de R$ 450 milhões com a Emirates - o valor maior incluía outras propriedades, mantidas em sigilo, mas que incluiam, por exemplo, o patrocínio da camisa. O tempo de duração, no entanto, seria menor: apenas 7 anos. Nem assim, porém, um contrato foi assinado.

Pessoas ligadas ao negócio seguem dizendo que falta pouco para o clube paulista conseguir o tão esperado apoio da companhia áerea, mas agora não sabem mais o que vai acontecer.

O estádio alvinegro custou cerca de R$ 1,2 bilhão. Os R$ 400 milhões pedidos pelos naming rights - exatamente o mesmo valor emprestado pelo BNDES para a construção da arena - são vistos como essenciais tanto para pagar as dívidas quanto para dar credibilidade no mercado de que o Corinthians tem dinheiro para pagá-la.

Enquanto não consegue vender os direitos de nome, o Corinthians vai deixando os preços dos ingressos mais salgados. E foi justamente isso que acabou resultando na saída de Andrés. Os torcedores corintianos protestaram desde a inauguração da Arena pelo valor das entradas - a mais barata custa R$ 50. No último sábado, uma faixa estendida em protesto deixava claro o descontentamento da torcida: "O estádio é do Andrés ou dos corintianos?".

Andrés, que nunca foi de ter muita paciência, preferiu sair sem muito alarde, através de uma nota oficial divulgada à imprensa. "Estou muito chateado, mas como quero deixar claro para as pessoas que não sou dono de nada no Corinthians, a não ser pela minha paixão pelo clube, a partir da semana que vem, vou fazer aquilo que sempre fiz, sentar na arquibancada e torcer muito pelo Corinthians", disse.

Vale lembrar que o ex-presidente do Corinthians é também candidato a deputado e já deu início a sua campanha para as eleições de outubro. Nos bastidores, comenta-se que a questão dos ingressos poderia atrapalha-lo na campanha política. 

Pelo país - A dificuldade em vender os naming rights não é só do Corinthians. Dos outras 11 estádios construídos para a Copa do Mundo, apenas dois conseguiram comercializar o nome. Salvador e Recife, porém, venderam os direitos por ‘apenas' 10 milhões de reais por ano, metade do que Andrés Sanchez quer. As duas cidades negociaram com a Itaipava.

Até agora, é o maio rival do Corinthians quem detém o recorde de maior venda de naming rights. O Palmeiras negociou o nome de seu novo estádio com a Allianz por 15 milhões de reais por ano. O único problema é que a arena ainda não foi inaugurada.

Fonte: ESPN

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