quarta-feira, outubro 23, 2013

Wilma de Faria critica falta de transparência do governo

A presidente do PSB, Wilma de Faria, criticou a má gestão do governo Rosalba Ciarlini (DEM) e cobrou explicações quanto à real situação financeira do Estado. Citando as
cobranças do Judiciário, do Legislativo e de órgãos auxiliares como o Ministério Público, a ex-governadora acusou o governo de falta de transparência em suas finanças.

“Falta transparência. Imagine se o Ministério Público questiona, o Poder Judiciário questiona, o Poder Legislativo, todos estão questionando, e a população também, porque a população quer saber por que o Estado está nessa situação de caos, porque nós estamos vivendo esse momento tão difícil”, afirmou a governadora, durante entrevista esta manhã ao “Jornal da Cidade”, da FM 94.
Wilma não deixou de reconhecer as dificuldades administrativas, reforçadas pela distribuição injusta do bolo tributário nacional e aproveitando para defender uma reforma tributária. “Mas, além disso, precisa ter uma boa gestão e está faltando exatamente essa boa gestão, que nós não temos aqui no Estado”, apontou.

“A gente teve o caos de Natal e agora estamos tendo o caos no Estado, por falta de planejamento, por falta de uma boa assessoria e por falta, principalmente, de definição de prioridades”, afirmou, se referindo ao governo Micarla de Sousa e Rosalba Ciarlini. “E, para completar, ainda temos crise de autoridade no governo aqui no Rio Grande do Norte”, continuou a pessebista.

Instada a explicar que “crise de autoridade” seria essa, Wilma disse que hoje no Estado não se sabe quem exatamente manda, se a governadora Rosalba Ciarlini, “ou um secretário que ouve outras pessoas”.

“É uma crise em que a gente não sabe exatamente como é que é o mando, como é que as coisas estão sendo comandadas. Como é que está sendo o mando do governo, como as coisas estão acontecendo. Porque tem uma informação por parte da governadora, depois vem uma informação por parte de um secretário que ouve outras pessoas. Não é bom. É ruim para a população, porque, sendo ruim para o governo como um todo, em termos administrativos, é ruim para todos”, afirmou.

TRANSPARÊNCIA

Embora as dificuldades de receita do Estado, Wilma exaltou a boa arrecadação de ICMS, destacando que o imposto, inclusive, ajuda os municípios com uma divisão. “Agora, o que está acontecendo em nível de Estado hoje é que não há uma transparência em relação a esses recursos que são arrecadados, e os recursos que são utilizados para pagamento de pessoal, manutenção dos programas e, ao mesmo tempo, também para investimentos”, afirmou.

Wilma defendeu que “o Estado precisa dizer quanto é a sua real folha de pessoal, deixando bem claro quanto é que pagam hoje à folha de pessoal, como é o pagamento líquido dessa folha, o que é que fica para o Estado como receita, no caso do Imposto de Renda, e deixar tudo isso muito claro, para o próprio Poder Judiciário, o Poder Legislativo, formado pela Assembleia, Tribunal de Contas, e Ministério Público e os demais poderes também saberem o que é que está acontecendo, porque deles cortaram mais de 10% do orçamento”.

Wilma conclui afirmando que o Estado enfrenta graves problemas também em outros setores. “O Programa do Leite está acabado, oito quinzenas sem pagar, os criadores com a mão na cabeça, uma situação grave, difícil. É isso que estamos vivendo. O que está sendo colocado que vai ser feito em relação à perfuração de poços, as barragens subterrâneas e tudo mais, a gente não encontra onde é que elas estão sendo feitas. Estão sendo anunciadas, mas não se encontra. Eu tenho andado em todas as regiões do Estado e não estou vendo isso”.



“Não entendo o PMDB romper e fazer nova aliança com DEM”

A presidente do PSB, ex-governadora Wilma de Faria, se mostrou perplexa com a possibilidade de aliança entre DEM e PMDB anunciada ontem pelo senador José Agripino Maia, presidente do DEM. Segundo ela, o que está posto é uma “coisa inusitada”, tendo em vista que o PMDB rompeu recentemente com a administração Rosalba Ciarlini e, após romper, acena com possível aliança com o partido da governadora.

“O que está sendo proposto é uma coisa inusitada, porque a governadora, que está hoje no comando desse processo administrativo que a população rejeita, é do DEM. E eu não entendo como é que ela é do DEM, o PMDB a apoiou durante três anos no governo e agora de repente vai manter um novo contato com o DEM? Eu não entendo como é que vai ser isso. Nem entendo como é que vai ficar a posição do PMDB nem estou entendendo como é que vai ficar a posição também do DEM, porque, afinal de contas, como é que vai ficar a posição da única governadora do DEM no país, que é a governadora Rosalba Ciarlini? Independente de ela estar administrando bem ou não, ela tem um partido”, analisou Wilma de Faria.

Wilma abordou a posição anunciada pelo PT potiguar após reunião com a cúpula nacional do partido. Wilma repetiu que o PSB não adotará a verticalização, o que garantirá liberdade de alianças. “Não vamos fechar a porta, queremos conversar com todos”, afirmou a governadora. “Hoje a legislação não prevê verticalização. E o nosso partido já anunciou que não vai verticalizar a posição que for tomada a nível central. É evidente que nós temos uma orientação para aliarmos a partidos do campo popular e progressista e nós estamos fazendo isso. Mas a gente está aguardando e vamos continuar conversando”, declarou, informando que irá conversa com o PSD do vice-governador Robinson Faria e também com o PV do deputado federal Paulo Davim.

Sobre a possibilidade de aliança com o DEM, a ex-governadora afirmou que o PSB potiguar não se furtará a conversar com os partidos de centro. “A gente está sempre conversando com os partidos que estiveram sempre conosco. Há pouco tempo os partidos progressistas que estiveram conosco somando em várias eleições e estamos continuando a fazer esses contatos e fazer esse diálogo entre esses partidos que eu já mencionei, agora não significa que a gente vai fechar a porta para outros partidos de centro, não. A gente vai continuar a conversar sem nenhuma discriminação”.

A governadora frisou ainda que está cedo para conclusões, o que deverá acontecer apenas a partir de março de 2014. “A gente tem que conversar e debater, discutir de forma a ver aquilo que é melhor para a população, dentro de um clima de paz, isso é fundamental, e focando naquilo que é mais importante focar, que são os problemas das áreas de saúde, educação, assistência social, os problemas da população. Nós estamos pensando que até o final de março possa haver alguma coisa conclusiva, até lá é inviável, é impossível. Mas a partir de março até junho, aí muita coisa vai se tornando conclusiva.

Reprodução Cidade News Itaú

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