quarta-feira, outubro 23, 2013

Justiça do Rio decreta prisão de mais três PMs acusados no caso Amarildo


A juíza Daniella Alvarez Prado, da 35ª Vara Criminal do Rio, decretou a prisão preventiva dos sargentos Reinaldo Gonçalves e Lourival Moreira e do soldado Wagner Soares por participarem de forma ativa da sessão de tortura que culminou com a morte do pedreiro Amarildo de Souza, 42 anos, numa área anexa à UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro.


Os três policiais militares foram indiciados junto com outros 12 colegas em nova denúncia oferecida pelo Ministério Público e acolhida pela Justiça. Outros 10 PMs, entre eles o major Edson Santos e o tenente Luiz Medeiros, já estão presos por envolvimento na tortura e morte do pedreiro, ocorrida no dia 14 de julho, depois da polícia realizar a operação Paz Armada para desbaratar o tráfico de drogas na favela. 

"A medida drástica quanto aos três denunciados se mostra como o único modo eficaz a se garantir a efetividade da atividade jurisdicional penal e evitar turbações à marcha processual, como coação de testemunhas e risco de novas lesões ou reiteração criminosa", afirmou a jíza em sua decisão.

Segundo depoimentos de quatro policiais militares que ficaram trancafiados no contêiner da UPP durante a sessão de tortura, Gonçalves, Moreira e Soares garantiram a segurança do local quanto à chegada de moradores ou até outros policiais.

"Os delitos imputados são de natureza gravíssima e afrontam toda a sociedade na medida em que as Unidades de Polícia Pacificadora, como o próprio nome indica, foram criadas com o fito de apaziguarem as comunidades dominadas pelas facções criminosas e coibirem o tráfico ilícito de entorpecentes. Ao contrário de sua natureza e dever de integridade a qualquer cidadão, os acusados supostamente utilizaram-se de meios imorais e criminosos para obtenção de material criminoso. Ou seja: supostamente tornaram-se tão criminosos quanto os criminosos que perseguiam", disse a juíza.

Eles tiveram suas vozes reconhecidas pelos depoentes, e a Justiça também decidiu que os três perdem seus cargos na corporação. Eles ainda responderão a processo pelo crime de ocultação de cadáver junto com os outros 10 PMs que já estavam presos.  


Reprodução Cidade News Itaú

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