sábado, março 16, 2013

Alunos acusam professor de jogar giz e agredir estudantes em escola de SP


Um professor e alunos do 6º ano de uma escola estadual de Santa Bárbara d'Oeste, no interior de São Paulo, trocaram agressões, na tarde de sexta-feira (15), dentro da sala de aula, e o caso acabou na delegacia. Segundo a versão dos menores, o docente jogou um giz no rosto de um dos alunos, que, depois de ser atingido pelo objeto, partiu para cima do mestre.

O aluno acusa o professor de tê-lo atingido, depois disso, com uma joelhada na perna. As investigações sobre o caso serão efetuadas pela DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) da cidade.

A confusão ocorreu por volta das 15h30 na Escola Estadual Professora Elisabeth Steagall Pirtouscheg. O professor de educação básica Mateus de Araujo Fernandes, 25, relatou no Boletim de Ocorrência que, ao entrar na sala para iniciar sua aula, que era de substituição, deparou-se com alunos jogando aviõezinhos de papel no local.

O docente disse ter reparado também que dois alunos de dez anos estavam de pé na carteira. Segundo uma das crianças, Fernandes teria lançado um giz em sua direção e o atingido. Logo após, o aluno teria começado a jogar aviõezinhos contra o professor, ainda de acordo com sua versão. Quando o professor tentou imobilizá-lo, entretanto, ele disse ter ficado com raiva e tentou agredir o professor com uma cadeira.

A outra criança que estava em cima da cadeira relatou uma versão diferente. De acordo com ele, seu colega teria tentado agredir o professor logo após o mestre tê-lo acertado com o giz. Fernandes afirmou apenas que "chamou a atenção" do aluno, sem especificar como, e que logo após o estudante teria tentado agredi-lo, motivo que o levou a imobilizá-lo.

A criança que não estava imobilizada afirmou ainda que, ao avistar a cena, teria tentado correr para avisar a diretora sobre o ocorrido, momento em que o professor teria desferido uma joelhada em suas pernas. A inspetora teria chegado logo após a agressão, segundo o relato.

Fernandes foi registrado como averiguado no BO e está sujeito a pena de seis meses a dois anos de prisão por submeter criança ou adolescente sob sua guarda a vexame ou a constrangimento.

Investigação
A PM (Polícia Militar) foi acionada pela diretora da escola, Vera Lucia de Morais. A policial que atendeu a ocorrência levou as duas crianças, junto com as mães, e o professor à delegacia da cidade, onde foram recebidos pelo delegado plantonista, Gabriel Fagundes Toledo Netto. O delegado encaminhou os três ao Pronto Socorro Afonso Ramos, onde o médico de plantão, em análise preliminar, não encontrou lesão em nenhum dos envolvidos.

Os adolescentes foram liberados assim que os pais assinaram termo de responsabilidade se comprometendo a fornecer a orientação e o apoio necessário às crianças. Eles terão que ter a frequência escolar acompanhada pelas autoridades e deverão procurar serviço de psicologia e auxílio à família.

As investigações ficarão a cargo da DDM. "Quando um menor ou um adolescente são autuados como vítimas, o caso vai para a DDM, para evitar que eles tenham contato com criminosos mais violentos", explicou Netto.

"Inadmissível"
Em nota, a Secretaria de Estado da Educação considerou o episódio "inadmissível". "Diante do ocorrido, a pasta determinou que seja instaurada uma apuração preliminar de responsabilidades", diz o texto.

Segundo a secretaria, a equipe gestora da unidade acionou a Ronda Escolar, da Polícia Militar, e o Conselho Tutelar. "Os pais dos estudantes envolvidos também foram convocados pela direção para os esclarecimentos necessários", finalizou.

O UOL tentou contato, na noite de sexta e na manhã deste sábado (16), com Fernandes, em telefone fixo em sua residência, mas as ligações não foram completadas. A família do menino que teria testemunhado a agressão optou por não se pronunciar sobre o caso. Já a mãe da criança que teria sido agredida disse que o menino ficou assustado e que o golpe deixou um "vergão" na perna dele.

"Quando o médico olhou não deu pra ver, porque já tinha passado muito tempo. Além disso, ele olhou muito superficialmente, nem colocou a mão direito pra ver", disse a mãe. A diretora da escola, Vera Lucia de Morais, disse que a unidade só se pronuncia por meio da Secretaria de Educação.

Reprodução Cidade News Itaú

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