quarta-feira, janeiro 30, 2013

Testemunhas confirmam ação de PMs na morte da juíza Patricia Acioli


Seis testemunhas foram ouvidas até agora, no primeiro dia de julgamento dos policiais militares Junior Cezar de Medeiros, Jefferson de Araújo Miranda e Jovanis Falcão --acusados de assassinar a tiros a juíza Patrícia Acioli em agosto de 2011, em Niterói. A expectativa do TJ (Tribunal de Justiça), é que o júri dure três dias.

A principal testemunha do dia foi a advogada Ana Claudia Abreu Lourenço. Ela relatou que avisou aos réus, pouco antes do crime, que a juíza havia decretado a prisão dos três.

Lourenço também contou que incentivou o réu Jefferson de Araújo Miranda a fazer a delação premiada quando esteve com ele na Delegacia Antissequestro e acredita que ele tenha negado o depoimento anterior em função de ameaças. "O que eu posso dizer é que alguém, no meio do caminho, o fez voltar atrás da verdade", concluiu.

O primeiro a depor foi o delegado Felipe Ettore, que presidiu o inquérito sobre a morte da juíza Delegacia de Homicídios. O delegado afirmou ao juiz que "os três tinham ciência do assassinato da juíza Patricia Acioli, desde o início do planejamento até o seu desfecho final".

A magistrada Patrícia Acioli foi morta com 21 tiros quando chegava em casa após o trabalho; crime foi planejado depois que a juíza iniciou investigações sobre a corrupção no Batalhão de São Gonçalo

Ettore relatou ainda que o depoimento prestado sob o benefício da delação premiada por Jefferson Miranda, durante o inquérito, foi totalmente espontâneo e que, naquele momento, a investigação já estava quase chegando ao fim. "A nova sistemática que ele deu foi o diálogo entre o Benitez e o coronel Claudio sobre a morte da juíza", completou.

Outra testemunha foi o promotor Paulo Roberto Mello Cunha, que atuava na 4ª Vara Criminal de São Gonçalo. Ele lembrou que, desde 2008, estava sendo feito um trabalho conjunto de verificação e denúncia de autos de resistência supostamente forjados por policiais do 7º BPM (Batalhão de Polícia Militar).

O advogado Bernardo Pinto Lugão também testemunhou e confirmou que estava presente quando Jefferson de Araújo Miranda depôs na época da medida cautelar, sob o benefício da delação premiada, e que o procedimento ocorreu normalmente, sem qualquer irregularidade.

O julgamento começou às 8h30 e é presidido pelo juiz Peterson Barroso Simão. Os réus respondem por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emboscada e para assegurar a impunidade de outros delitos) e formação de quadrilha, e podem ser condenados a penas que variam de 2 a 30 anos.

Sérgio Costa Júnior, outro réu do caso, condenado a 21 anos de reclusão no último dia 4 de dezembro, prestou depoimento como colaborador na qualidade de informante da defesa.

Ele declarou que, pelo que sabe, ninguém comunicou ao soldado Medeiros do atentado do dia 11 de agosto de 2011 e que nem todos os integrantes do GAT (Grupo de Ações Táticas) do 7º Batalhão de Polícia Militar estavam presentes quando o tenente Benitez trouxe a ideia de matar a magistrada.

CRIME

A magistrada foi morta com 21 tiros quando chegava em casa após o trabalho. Segundo investigações, a magistrada passou a incomodar o grupo de policiais quando foram iniciadas investigações sobre a corrupção no Batalhão de São Gonçalo.

A decisão de matá-la foi reforçada após dois integrantes do GAT (Grupo de Ações Táticas) serem presos sob suspeita do assassinato de Diego Beliene, 18 --os PMs eram investigados pela suspeita de terem forjado a morte de Beliene como sendo 'auto de resistência', como são classificadas pela PM as mortes de suspeitos em confrontos.

Reprodução Cidade News Itaú

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!