quinta-feira, dezembro 06, 2012

Preso em operação da PF almejava ser ministro, diz chefe de agência


Arte quem é quem operação Porto Seguro (Foto: Editoria de Arte / G1)
O diretor-geral da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu Guillo, afirmou na manhã desta quinta-feira (6), em audiência no Senado, que o ex-diretor de Hidrologia da Agência Nacional de Águas (ANA) Paulo Rodrigues Vieira chegou a cogitar assumir o cargo de ministro do Meio Ambiente.
Vieira foi preso pela Polícia Federal durante a operação Porto Seguro, que investiga um suposto esquema de fraude de pareceres técnicos de órgãos públicos com a finalidade de beneficiar empresas privadas. Uma semana depois, ele obteve a liberdade na Justiça. O diretor foi afastado do cargo depois que a presidente Dilma Rousseff determinou a exoneraçãou ou o afastamento dos servidores envolvidos.

A operação Porto Seguro resultou em pelo menos 18 pessoas indiciadas pela PF (a maioria, servidores públicos), das quais seis presas.
“Era uma pessoa ambiciosa, mas do tipo de pessoa que queria alçar outros vôos. Falava muito em ser candidato, tinha pretenções eleitorais, chegava a mencionar que estava sendo cotado para ser ministro, esse tipo de arroubos que a gente tinha que lidar. Ele chegava a cogitar que iria ser ministro do Meio Ambiente”, disse o direto-geral da ANA.
Guillo prestou esclarecimentos aos senadores durante audiência da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA).
Paulo Vieira é apontado pela PF como "chefe" do grupo que supostamente cooptava servidores públicos para fraudar pareceres técnicos e beneficiar empresários.
Segundo o diretor-geral da ANA, não havia suspeitas sobre Vieira. “Nenhuma desconfiança de que ele era uma pessoa delituosa”, disse.
De acordo com o diretor, embora Paulo Viera tenha sido investigado pela Polícia Federal, em nenhum momento as ações da ANA estão sob investigações.
“A ANA não se encontra sob investigação. Nenhum procedimento da ANA está sob investigação, no âmbito da operação Porto Seguro. O que está sob investigação são procedimentos do diretor da agência que, no âmbito da agência, se aproveitou da infra de diretor, utilizou essa infra, o espaço que evidentemente um cargo destes lhe proporciona”, disse Guillo.
Indicação
O nome de Vieira para o cargo na ANA foi apresentado ao Senado pela primeira vez em 2009, ainda no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na época, a indicação foi rejeitada pelo Senado. Havia questionamentos sobre a capacidade técnica de Vieira para o cargo. Em 2010, o nome de Paulo Vieira foi novamente enviado para o Senado, e a indicação foi aprovada.

O requerimento pedindo que a rejeição fosse anulada foi apresentado à Mesa da Casa pelo senador Magno Malta (PR-ES). Em abril de 2010, o então líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), pediu a “revotação da indicação”.
A votação foi levada para plenário pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), no dia 14 de abril de 2010, quando o nome de Vieira foi aprovado.
Paulo Vieira foi denunciado por Cyonil da Cunha Borges, que, até 2011, era auditor do Tribunal de Contas da União. No começo do ano passado, o ex-auditor do Tribunal de Contas procurou a Polícia Federal e devolveu R$ 100 mil, supostamente recebidos a título de propina. Segundo Borges, ele teria recebido o valor de Paulo Vieira.

Fonte: G1/Cidade News Itaú

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