quinta-feira, dezembro 06, 2012

Pastor que liderava milícia na Zona Oeste do Rio se entrega à polícia


"Pastor" usaria Igreja para ameaçar e cobrar juros de pessoas que haviam pedido empréstimos aos milicianos (Foto: G1 / Paulo Maurício)Pastor usaria igreja para ameaçar e cobrar juros de
pessoas que haviam pedido empréstimos aos
milicianos (Foto: Paulo Maurício Costa/G1)
Dijanio Aires Diniz, o Pastor, acusado de liderar a milícia Liga da Justiça, atuante na Zona Oeste do Rio, chegou por volta das 14h desta quinta-feira (6) à Acadepol, na Cidade Nova, no Centro, em um carro da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas e Inquéritos Especiais (Draco-IE). Uma hora antes, ele se apresentara voluntariamente na sede da delegacia, na Cidade Nova. Acompanhado de um advogado, Dijanio negou as acusações de agiotagem e extorsão a moradores de Campo Grande, na Zona Oeste.
“Sou um homem de Deus. Isso é tudo mentira”, disse o pastor, que, segundo a polícia, dentro da Igreja Pentecostal Deus é a Luz, ameaçava e cobrava juros de até 60% a pessoas que tomavam empréstimos dos milicianos.
“Vou provar a minha inocência. Estou aqui para isso”, acrescentou Dijanio, que depois de prestar depoimento na Acadepol será levado para a penitenciária Bangu 1.

O pastor, um dos fundadores da igreja há seis anos, negou que arrecade R$ 500 mil mensais em parceria com os outros 10 presos pela Draco-IE na operação Pandora II. Ele ainda rebateu a versão da polícia de que usava um cofre em sua casa para guardar o dinheiro arrecadado e que, com a mesma finalidade, tinha uma Bíblia com fundo falso.
A Draco-IE, apoiada pelo Ministério Público e pela subsecretaria de Segurança Pública, denunciou o pastor e as outras 10 pessoas por formação de quadrilha, agiotagem e extorsão. Todos tiveram a prisão preventiva decretada.
A Liga da Justiça ficou conhecida na década passada por ter entre seus principais articuladores o ex-policial Batman e os irmãos Jerominho e Natalino, respectivamente ex-vereador e ex-deputado estadual. Os três estão presos.
Ainda são procurados outros dois supostos integrantes da Liga da Justiça: André Marcelo Botti de Andrade e Cléber Oliveira da Silva.
Esta é a segunda operação realizada para reprimir este tipo de crimes na região. Em setembro do ano passado, a polícia cumpriu 10 dos 18 mandados de prisão preventiva. Entre os presos, havia quatro ex-PMs acusados de envolvimento no esquema.

Fonte: G1/Cidade News Itaú

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