quinta-feira, novembro 03, 2022

Hospital suspende atendimentos pelo SUS por atrasos de pagamentos do estado e de prefeitura na Grande Natal

A administração do Hospital Maternidade Belarmina Monte, em São Gonçalo do Amarante, região metropolitana de Natal, anunciou nesta quinta-feira (1) a suspensão dos atendimentos pelo Sistema Único de Saúde, que são custeados pelo governo estadual e pela prefeitura do município.


Hospital Maternidade Belarmina Monte em São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal. — Foto: Pedro Trindade/Inter TV Cabugi


Segundo a unidade, a medida foi adotada por causa do atraso dos repasses financeiros contratados com as secretarias de saúde do estado e município. Os valores devidos somariam mais de R$ 2,4 milhões.


O hospital tem 100% de seus atendimentos destinados aos pacientes do SUS. Segundo o hospital, foram suspensos os atendimentos nos serviços de UTI Geral Adulto e Pronto Atendimento aos pacientes classificados na triagem com as cores azul e verde (sem urgência e pouco urgente).


"Todos serão orientados a procurar uma Unidade Básica de Saúde", informou a unidade em comunicado à imprensa.


Comunicado na parede do Hospital Belarmina Monte informa suspensão de atendimentos. — Foto: Pedro Trindade/Inter TV Cabugi


Já os pacientes classificados com as cores amarela, laranja e vermelha - urgente, muito urgente e emergência - deverão ser atendidos no hospital e, em caso de hospitalizações, serão feitos pedidos de transferências via Regula RN (sistema de regulação do estado) para outros hospitais da região.


Na manhã desta quinta-feira (1), a unidade contava com 42 pacientes internados, entre leitos clínicos e UTI. A assessora não informou quantos pacientes estão na UTI. A unidade tem 64 leitos.


Procurada pelo g1, a assessoria da Prefeitura de São Gonçalo do Amarante confirmou que "existe uma dívida referente a repasses do governo federal e estadual, uma parcela do município" com o hospital.


Ainda de acordo com o município, a secretária da saúde estava em uma reunião com o setor financeiro da prefeitura para discutir a solução das pendências.


A Secretaria de Saúde Pública do Rio Grande do Note (Sesap) também foi questionada sobre o assunto, mas não enviou posicionamento até a última atualização desta matéria.


Dívidas

Ao todo, o município tem débito de R$ 1.376.000,00 em aberto e o governo deve R$ 1.112.000,00, segundo informou a unidade.


"Vale lembrar que as atividades do mês de outubro também já foram faturadas, de acordo com os termos contratuais com os dois entes públicos, e deverão ser pagas até o dia 30 de novembro deste ano, cujos valores são de R$ 1.143.000,00 referentes à Prefeitura e de R$ 336.000,00 ao Governo do Estado", informou a administração.


A administração do hospital afirmou que continua buscando uma solução financeira com os governos municipal e estadual e que deve restabelecer os atendimentos logo que os débitos forem quitados.


Além dos contratos com a rede pública, a unidade recebe valores repassados pela Sociedade Beneficente São Camilo, que são destinados principalmente para obras de infraestrutura e aquisição de equipamentos, não previstas nos contratos públicos. Apenas nos últimos quatro anos houve aportes superiores a R$ 11 milhões.


Segundo a dona de casa Thaise Silva, hospital informou que o filho de 10 meses só seria atendido se tivesse sintomas classificados como urgência ou emergência — Foto: Pedro Trindade/Inter TV Cabugi


Pela manhã, pacientes aguardaram horas para saber se conseguiriam ser atendidos. A dona de casa Thaise Silva, de 24 anos chegou ao hospital por volta das 8h, com o filho Luís Guilherme, de 10 meses, que está com tosse, e ainda não tinha sido atendida perto do meio-dia.


"Disseram que iam atender só se ele tivesse febre, se tivesse ficha amarela. Disseram para eu procurar uma unidade básica, mas onde eu moro não tem médico. Quando chega aqui, é essa luta. Vou ter que esperar, porque a médica disse que ia atender, mas os que chegassem, só iam atender se tivessem ficha amarela", declarou.


Fonte: g1

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