quarta-feira, junho 30, 2021

'Machões da internet ficam caladinhos na CPI', diz Renan diante do silêncio de Wizard



O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), provocou na sessão desta quarta-feira (30) o depoente Carlos Wizard, empresário.


Diante da opção de Wizard de não responder a perguntas de senadores na comissão, Renan disse que "machões da internet" ficam calados na CPI.


"O Brasil está vendo que os machões da internet ficam caladinhos na CPI", afirmou o relator.

Wizard foi chamado a depor na CPI para esclarecer as suspeitas de que faz parte de um gabinete paralelo. Segundo a cúpula da comissão, esse grupo, que funcionava paralelamente ao Ministério da Saúde, aconselhou o presidente Jair Bolsonaro sobre a pandemia com ideias ineficazes e contrárias à ciência.


O empresário deveria ter comparecido à CPI inicialmente no dia 17 de junho. No, entanto, ele não foi à comissão, alegando que estava nos Estados Unidos, acompanhando o tratamento de saúde de uma familiar.


Na sessão desta quarta, Wizard disse que estava nos Estados Unidos com a filha, gestante, e que se trata de uma gravidez de risco.


'Gabinete paralelo'

No começo da sessão desta quarta, Carlos Wizard fez uma fala de 15 minutos, na qual disse que nunca participou e não tem conhecimento do gabinete paralelo.


Em seguida, ele disse que ficaria em silêncio e não responderia a nenhuma pergunta dos senadores, se valendo de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).


Mesmo assim, Renan fez questionamentos a Wizard. O empresário retrucava, seguidas vezes, dizendo apenas que se reservava ao direito de ficar em silêncio. Ele fez o mesmo diante de perguntas de senadores que o questionaram depois de Renan.


O vídeo abaixo, de 4 de junho, mostra imagens que reforçam tese de gabinete paralelo de Bolsonaro.


'Não vai vender livro aqui'

A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), em determinado momento, quis saber de Wizard qual é a religião dele. O empresário chegou ao Senado carregando uma placa com um versículo da Bíblia. Ele também citou mensagens religiosas em sua fala inicial.


Mas, diante da pergunta da senadora sobre a religião, Wizard disse que permaneceria em silêncio. Ela insistiu. O empresário então levantou um livro sobre seu trabalho com imigrantes venezuelanos em Roraima:


"Eu gostaria de sugerir a todos que têm interesse em conhecer um pouco mais da obra humanitária que realizei em Roraima...", afirmou Wizard, segurando o livro.


Ele foi interrompido pelo presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM):


"Não vai vender livro aqui, não", disse Omar.


O senador Rogério Carvalho (PT-SE) também se manifestou contrariamente à atitude do empresário.


"Se o depoente não se dispõe a falar, ele não tem direito a fazer proselitismo, autopropaganda, autopromoção, porque isso é um escárnio e um desrespeito a esta comissão", disse Carvalho.


Fonte: G1

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