quarta-feira, julho 15, 2020

Rio Grande do Norte registra redução de 37% na média móvel de mortes por Covid-19

O Rio Grande do Norte registrou uma redução de 37% nas mortes provocadas pelo novo coronavírus, na variação da média móvel - que leva em conta os dados dos últimos 7 dias em relação à média de duas semanas atrás. O percentual faz parte dos resultados do levantamento feito pelo consórcio de veículos de imprensa a partir dos dados das secretarias estaduais de saúde.

Rio Grande do Norte apresenta redução na média móvel de casos de coronavírus  — Foto: G1
Rio Grande do Norte apresenta redução na média móvel de casos de coronavírus — Foto: G1

Os dados apontam para uma redução dos efeitos da pandemia no estado. Na região Nordeste, além do Rio Grande do Norte, apenas Alagoas apresentou queda de 9% - o que ainda é considerado um quadro de estabilidade. Todos os demais estados estão em níveis de estabilidade no número de novos casos, com pequenas variações.

Nesta quarta-feira (15), o estado autorizou a retomada de parte das atividades econômicas que estavam paralisadas por causa da pandemia do novo coronavírus. A medida foi tomada mesmo com uma taxa de ocupação de leitos pouco acima dos 80%, o que tinha sido apontado pelo governo como parâmetro para dar continuidade ou não ao processo de reabertura.

Apenas seis estados brasileiros estão em queda, de acordo com o levantamento. Entre eles, o Rio Grande do Norte tem a segunda maior redução, atrás apenas de Roraima, no Norte, que registrou queda de 60% na média móvel. Outro estado em redução é o Rio de Janeiro, com menos 18%.

Em contrapartida, estados do Sul apresentam as maiores altas, sendo de 109% no Paraná, 100% no Rio Grande do Sul e 69% em Santa Catarina. Ao todo, 10 estados apresentam aumento do número de óbitos.

O país tem 74.262 mortes e 1.931.204 casos confirmados e o Rio Grande do Norte, 1.449 óbitos e 40.455 casos confirmados. Veja o gráfico nacional aqui.

Média móvel
Ao adotar o critério da média móvel, os gráficos passam a mostrar o número de casos e mortes de cada dia em barras, e uma linha mostrará a média dos últimos 7 dias. Ela é móvel porque os números de um dia são carregados para a média seguinte, se movem.

"Se você está acompanhando o número de casos por data de notificação, um problema é que parte do sobe e desce se deve a variações na intensidade de notificação", explica Paulo Inácio Prado, professor do Instituto de Biociências (IB) da USP e integrante do Observatório COVID-19 BR.

"O que a gente vê muito claramente, por exemplo, é que o número de notificações é menor no fim de semana. Só isso já vai fazer parecer que o vírus descansa no fim de semana. Mas é um efeito que não tem nada a ver com a epidemia", afirma Prado.

"Muitos laboratórios não funcionam nos finais de semana, as pessoas que notificam, que preenchem o sistema de informação eletrônico, também não trabalham no final de semana e muitas fichas são acumuladas durante o final de semana. E, quando a gente observa terça, quarta-feira, tem um aumento expressivo dos casos, que é justamente esses exames que estavam acumulados", explica o infectologista Julio Croda, pesquisador da Fiocruz e professor da UFMS.

Para calcular essa média, soma-se o número de mortes ou casos nos últimos 7 dias e divide-se o resultado por 7. Por exemplo: o total de mortes no estado de São Paulo na primeira semana de julho foi 1.712. Dividindo por 7, chegamos ao número médio de 245 por dia nesse período.

Quando a gente acompanha a variação dessa média ao longo do tempo, é como se, em vez do retrato de um instante, a gente tivesse um vídeo da evolução da pandemia, o que ajuda a compreender melhor o comportamento da doença. Segundo os infectologistas, é um indicador mais fácil e mais preciso para entender os rumos da Covid-19 no país.

"A média móvel vai dar uma tendencia maior, né, se esses casos estão subindo, se estão caindo naquela região. O dado agrupado é bem mais fidedigno do que o dado diário. E a gente não consegue ver essa modificação tão facilmente", diz o infectologista Alberto Chebabo.

Consórcio de veículos de imprensa
Os dados para o cálculo da média móvel são os apurados pelo consórcio de veículos de imprensa formado por G1, O Globo, Extra, O Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo e UOL. Esse grupo reúne diariamente os números da doença nos 26 estados e no Distrito Federal.

Fonte: G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!