quinta-feira, março 23, 2017

Funcionários da Câmara de Guarulhos ainda não devolveram 'supersalários' de janeiro


O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) quer saber por que os funcionários da Câmara Municipal de Guarulhos que receberam até 22 salários em janeiro ainda não devolveram nenhuma parte da quantia aos cofres públicos.
Reportagem do Bom Dia São Paulo mostrou que quatro servidores da Casa ganharam muito mais do que o normal na primeira remuneração de 2017. Um deles foi o secretário chefe de gabinete Sergio Luiz Deboni, que, com um salário base de R$ 6400, recebeu pouco mais de R$ 145 mil naquele mês.
Após os “supersalários” virem à tona, o presidente da Câmara, vereador Eduardo Soltur (PSD), determinou que os valores suspeitos fossem devolvidos ao erário. O pagamento extra a outros 36 funcionários, que também estava previsto, foi suspenso por antecipação.
A devolução dos valores, que já será feita em diversas parcelas, deveria começar na folha de pagamento de fevereiro, mas não foi o que aconteceu. Uma planilha disponível no site da Câmara Municipal de Guarulhos mostra que não houve nenhum desconto nos vencimentos dos envolvidos. Pelo contrário. Deboni, por exemplo, viu seu salário base mais que dobrar. Os R$ 6400 mensais passaram para R$ 14840.
O caso chamou a atenção do Ministério Público que pediu explicações ao presidente Soltur. O vereador tem até o fim do mês para apresentar as justificativas. Dependendo da resposta, a promotoria do órgão pode instaurar um inquérito.
Deboni alega que o montante que recebeu em janeiro é referente a restituição de férias que não foram pagas na década de 80. “Nós estamos falando de uma quantia a título de indenização, o que é indenização é fora do teto, isso é Brasil todo”, justificou quando o pagamento foi divulgado pela TV Globo. Procurado novamente nesta quarta (22), ele não quis comentar o atraso na devolução da quantia, nem o aumento salarial obtido em fevereiro.
A presidência da Câmara Municipal de Guarulhos não quis falar sobre o caso. E Soltur tem mais denúncias com que se preocupar. Conforme já informado pelo G1, o MP também quer explicações acerca do excesso de cargos comissionados na Casa.

Fonte: G1

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