domingo, outubro 25, 2015

Mortes de presos dentro de cadeias chegam ao 22º caso no RN

Carlos Henrique dos Anjos Nascimento (Foto: Divulgação/Coape)A Polícia Civil registrou na noite deste sábado (24) o 22º caso de morte de preso dentro de uma unidade carcerária do Rio Grande do Norte. Carlos Henrique dos Anjos Nascimento, 29 anos, foi encontrado
enforcado dentro do pavilhão 2 da Penitenciária Estadual de Parnamirim (PEP), que fica na Grande Natal.
Apesar de o caso parecer suicídio, é mais um que está sendo tratado pela polícia como homicídio. Acredita-se que ‘Golinha’, como era mais conhecido o detento, tenha sido assassinado em razão de uma disputa que envolve facções criminosas.
“Qualquer que tenha sido a motivação, precisamos urgentemente determinar as causas dessas mortes para definirmos formas eficientes de combater esses eventos”, disse Durval Franco, diretor da Coordenadoria de Administração Penitenciária do RN (Coape). “Me recuso a permitir que nosso trabalho se resuma a contar corpos e simplificar o que está ocorrendo nas unidades prisionais como guerra entre facções. É preciso aprofundar as investigações dentro e fora dos presídios para identificar mandantes e executores a fim de que paguem por seus crimes. A impunidade estimula e protege esses criminosos”, acrescentou.

Natural de Natal, Carlos Henrique foi condenado a 17 anos e seis meses de prisão por ter assassinado uma mulher e por tentado matar uma amiga da vítima. Os crimes aconteceram em agosto de 2007 na Zona Norte da capital potiguar. Segundo a acusação do Ministério Público, Golinha atirou nas duas porque teria ouvido uma delas chamá-lo de otário.
Além disso, o preso respondia pelos crimes de roubo e tráfico de drogas, e também era suspeito de ter participado da morte do policial militar João Maria da Silva, de 40 anos, assassinado em abril de 2013 no Planalto, bairro da Zona Oeste de Natal. O PM trabalhava na guarda da Penitenciária Estadual de Parnamirim.
Rebelião
A Penitenciária Estadual de Parnamirim foi alvo de uma rebelião nesta última sexta-feira (23). Grades foram arrancadas das paredes e colchões queimados. A depredação só chegou ao fim após uma intervenção dos agentes do Grupo de Operações Especiais (GOE), que pertence ao sistema prisional. Com a rede elétrica destruída no pavilhão 2, a direção da unidade alegou falta de segurança e suspendeu as visitas de familiares que estavam previstas para este sábado (24). A medida gerou insatisfação e os presos chegaram a fazer uma nova baderna, mas logo foram contidos pelos agentes.
Esta foi a segunda fez que o PEP foi depredado pelos próprios internos. O presídio foi parcialmente destruído durante a onda de motins que ocorreu no sistema penitenciário durante o mês de março. Na ocasião, 14 das 33 unidades prisionais do estado foram depredadas.

Grades foram arrancadas das paredes e colchões queimados durante rebelião no PEP, em Parnamirim (Foto: G1/RN)Grades foram arrancadas das paredes e colchões queimados durante rebelião no PEP (Foto: G1/RN)

Fonte: G1

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