quarta-feira, agosto 13, 2014

Família pede que força-tarefa apure morte de adolescente em Goiânia

Arlete dos Anjos Carvalho foi morta por motociclista em Goiânia, Goiás (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)A família de Arlete dos Anjos Carvalho, de 16 anos, morta por um motociclista em janeiro, quer que o crime também seja investigado pela força-tarefa da Polícia Civil, que
apura os homicídios de 15 mulheres ocorridos neste ano, em Goiânia. No entanto, o homicídio da adolescente, por enquanto, não deve ser incluído na série de assassinatos, segundo informou ao G1 o superintendente da Polícia Judiciária de Goiás, o delegado Deusny Aparecido.
Assim como a maioria das outras vítimas, a jovem foi morta a tiros por um motociclista, que fugiu sem levar nada. “Nós prestamos depoimento, entregamos o celular e a senha do Facebook dela [à polícia], demos o contato de pessoas que foram testemunhas e até agora eles não chamaram ninguém para depor. É um caso parecido com os outros: um homem em moto preta que atirou e não levou nada. Por que eles não investigam também?”, questiona a frentista Rita Fernandes, madrasta da garota que a criou desde os 4 anos de idade.
Segundo informações da Polícia Civil, a vítima estava na residência de uma amiga quando resolveu voltar sozinha para casa a pé, na noite do dia 28 de janeiro deste ano. Ao passar pela Rua Potengui, no Bairro Goiá, ela foi abordada por um motociclista que efetuou os disparos. O crime aconteceu no mesmo setor onde foram registrados outros dois homicídios de mulheres por motociclistas.
No boletim de ocorrência consta que a provável cor da motocicleta era verde. Entretanto, ao G1 a família da jovem afirma que, na verdade, o suspeito usava camiseta verde e o veículo era preto. Os familiares ressaltam ainda que nenhum pertence da vítima foi levado pelo motociclista.
Apesar da semelhança do crime com os outros casos investigados pela força-tarefa, o delegado Deusny Aparecido afirma que a polícia não tem intenção de incluí-lo no grupo de trabalho. “Mas as características podem avançar para isso. A delegada Silvana Nunes Ferreira, que faz parte da força-tarefa, já estava fazendo a investigação. Se ela entender que é necessário trabalhar junto aos demais, vai colocá-lo no grupo”, informou.
Medo
Rita afirma não ter ideia do que possa ter motivado o crime. “Ela era uma menina muito boa, muito quieta, apaixonada por música. Falava que queria ser advogada, tinha o sonho de conhecer a mãe dela, que ela nunca conheceu”, conta.
Após a morte de Arlete, o medo motivou a família a mudar de casa. Hoje, eles moram em Goianira, cidade da Região Metropolitana de Goiânia. Além disso, uma filha do casal, de 14 anos, foi morar em outro estado. Segundo Rita, o objetivo é evitar que a garota seja mais uma vítima da violência em Goiás.

Mapa dos assassinatos em Goiás (Foto: Arte/ G1)
Investigação
A  força-tarefa da Polícia Civil investiga 17 crimes, sendo 15 homicídios contra mulheres, o assassinato de um homem e uma tentativa de homicídio.
A Polícia Civil prendeu um suspeito, no último dia 7, e informou que há a possibilidade de ele estar envolvido em dois casos investigados. O delegado informou, apenas, que se trata de um jovem que já havia cumprindo pena por outros crimes.
Já no último dia 9, outro homem, de 27 anos, foi preso pela Polícia Militar em São Luís de Montes Belos, a 120 km de Goiânia. A detenção ocorreu por conta de assaltos praticados em comércios. Na segunda-feira (11), a polícia revelou que ele roubou uma panificadora que fica próxima ao ponto de ônibus onde a estudante Ana Lídia Gomes, de 14 anos, foi assassinada, no dia 2 deste mês. O assalto aconteceu um dia antes do crime. A força-tarefa da Polícia Civil não o tratava como suspeito, mas informou está investigando uma possível participação dele nos homicídios.
Série de assassinatos
O primeiro crime da série de assassinatos ocorreu em 18 de janeiro, quando Bárbara Luiza Ribeiro Costa, de 14 anos, foi executada por homens em uma motocicleta, no Setor Lorena Park, na capital. Na época, a polícia informou que eles roubaram o celular da vítima e fugiram.
A vítima mais recente foi Ana Lídia Gomes, morta a tiros em um ponto de ônibus do Setor Conjunto Morada Nova. Por causa das semelhanças dos crimes, o assassinato aumentou a desconfiança da população de que um assassino em série está agindo em Goiânia.
Segundo informações da Polícia Civil, os crimes tiveram dinâmica semelhante. Porém, de acordo com o delegado titular da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), Murilo Polati, as investigações apontam que as motocicletas usadas são de marcas e cilindradas diferentes, além das descrições físicas dos suspeitos não serem as mesmas.
O delegado explica que algumas das investigações indicam crimes passionais e outras apontam envolvimento das vítimas com consumo e tráfico de drogas. Entretanto, ele não dá detalhes para não comprometer os inquéritos.

Fonte: G1

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