domingo, junho 09, 2013

Riscos e prazeres na hora de fazer sexo oral

Consulte regularmente o médicoO ator Michael Douglas, 68 anos, diagnosticado com câncer na garganta, em 2010, afirmou em entrevista ao jornal britânico The Guardian que sua doença pode ser provocada por sexo oral. Mesmo negando que a declaração tenha referência sobre o seu próprio caso específico, o astro que é casado com Catherine Zeta-Jones reascendeu a discussão acerca dos perigos da prática, que ainda é tabu para muitas pessoas e evidenciou o fato de que o HPV pode levar a tumores de garganta.

De acordo com o oncologista Rodrigo Cunha Lima Maroja, o câncer de garganta pode realmente ser provocado pela contaminação através do vírus HPV (papilomavírus humano) e que atinge as regiões orais (lábios, boca, cordas vocais), além da anal, genital e da uretra. “As lesões genitais costumam ser de alto risco porque são precursoras de tumores malignos, e a contaminação acontece facilmente através do contato entre a saliva e o vírus, o que ocorre diretamente na prática do sexo oral. Uma única relação é suficiente para a contaminação”, explicou.

As características anatômicas dos órgãos sexuais masculinos permitem que as lesões sejam mais facilmente reconhecíveis. Nas mulheres, no entanto, elas podem espalhar-se por todo o trato genital e alcançar o colo do útero, e a infestação ocorre, muitas vezes, sem que a mulher saiba. Na maior parte dos casos, elas são diagnosticáveis por exames especializados, como o Papanicolau. No caso de infecção na garganta, o exame indicado é a laringoscopia que não é realizada habitualmente, mas apenas quando algum sintoma se apresenta.

“O aumento de casos de câncer de garganta associados a infecção causada pelo HPV se deve principalmente a prática de sexo oral sem preservativos. A doença pode ser assintomática ou em alguns casos provocar o aparecimento de verrugas na pele e nas mucosas. Se a alteração for discreta é necessário exames específicos, no entanto as células infectadas pelo vírus podem perder os controles naturais sobre o processo de multiplicação, invadir os tecidos vizinhos e formar um tumor maligno”, esclareceu o oncologista.

Por ser assintomático, o médico aconselha que a prática de sexo oral, em mulheres, seja evitado, a menos que se tenha absoluta certeza de que a parceira não está infectada. “Além dos casos de infecção por HPV, o câncer de garganta está intimamente ligado ao fumo e consumo de álcool e tão logo a pessoa sinta dores na garganta, rouquidão e pigarros, deve procurar um médico”, alertou Rodrigo Cunha Lima Maroja.

Tratamento

Uma vez feito o diagnóstico de infecção por HPV, o tratamento pode ser clínico (com medicamentos) ou cirúrgico: cauterização química, eletrocauterização, crioterapia, laser ou cirurgia convencional em casos de câncer instalado.

O ator americano, por sua vez, enfrentou meses de desconforto e buscou a opinião de diversos especialistas e foi diagnosticado com a doença em seu estado mais avançado, ou seja, em grau quatro. Neste estágio, o tumor cresce de forma muito agressiva, possui células que se parecem muito diferentes das células normais, e é difícil de tratar com sucesso.

Ele se submeteu à sessões de quimioterapia e se recusou a usar um tubo para se alimentar. Perdeu 20 quilos devido a uma dieta líquida. Livre da doença há dois anos, o ator submete-se a exames a cada seis meses.

Prazer sexual deve ser ‘curtido’ sem tabus

Século 21, período em que impera a individualidade e a busca pelo conhecimento, e com o corpo não é diferente. Vivemos uma época em que o debate sobre a diversidade sexual é constante, em que temos liberdade para falarmos e fazermos sexo à vontade, no entanto antigos tabus persistem, entre eles o “sexo oral”.

Algumas mulheres adoram fazer e receber, no entanto para muitas delas a prática ainda é obscura. Com o objetivo de desfazer alguns desses tabus, a reportagem conversou com a ginecologista e terapeuta sexual Wanicleide Leite, sobre os riscos que a prática pode oferecer e Marisa Sampaio, proprietária da Afrodite Sex Store dá dicas para que você curta esse momento.

Antes de mais nada, a médica salienta que o sexo oral também é um meio para transmissão de doenças como DST’s e Aids e que o uso da camisinha é indispensável.

Segundo a ginecologista, o casal deve tomar muito cuidado, mas as mulheres, em especial, precisam prestar mais atenção em sinais do próprio corpo. “As doenças que comumente acometem os órgãos sexuais masculinos são mais facilmente percebidos e o homem quando apresenta algum problema evita manter relações sexuais, mas no caso das mulheres a vagina esconde os sinais de uma possível doença o que requer mais atenção”, explicou.

Apesar dos riscos, Wanicleide explica que eles são facilmente evitados e caso surjam, são tratados, o que não justifica o abandono da prática. Mas engana-se quem pensa que o sexo oral não é aceito por muitas mulheres por causa dos riscos que ela apresenta. Segundo a ginecologista, a maioria das mulheres não sente prazer em praticar o ato por nojo, desconforto, e por questões culturais e religiosas que fazem parte de sua história de vida. “As mulheres não enxergam o pênis como mais uma parte do corpo do homem, que merece ser tocada, estimulada e que pode gerar prazer também. Muitas vezes a forma como ela foi criada é determinante para que ela veja nessa prática algo repulsivo e errado”.

A solução para o problema então é a conversa entre o casal para que cada um saiba o que dá prazer ao outro e quais seus limites, e quanto ao medo de contrair DST’s a solução é experimentar o que o mercado, cada vez mais moderno, oferece. “Atualmente existem preservativos com diversos aromas e sabores que podem aliviar o desconforto que algumas mulheres sentem”, explicou Marisa Sampaio, proprietária do Afrodite Sexy Store.

Mas como sentir e proporcionar prazer? Há técnicas? Métodos. Segundo Marisa, a forma como o parceiro vai sentir prazer varia de maneira individual, mas no geral, eles gostam quando os movimentos são mais rápidos e agressivos. “É preciso que haja diálogo entre o casal e que a mulher imponha e respeite seus próprios limites. Só assim esse momento se tornará interessante para a mulher, mas certamente os movimentos devem ser feitos como uma masturbação”, esclareceu.

Como toda forma de praticar o sexo, o oral é uma forma de sentir prazer que deve ser antecedida pelas preliminares. Uma dica para as mulheres é tomar a iniciativa e despir o companheiro. “Deixe os pudores de lado. O prazer é psicológico e deve ser praticado por vontade e não por obrigação. Tomando a atitude, a mulher poderá dominar, soltar a imaginar e isso deixará o casal mais excitado”, conta Marisa.

Segundo ela, a maioria das mulheres que dizem não gostar de sexo oral é motivada por desconfortos relacionados ao tamanho do pênis dos parceiros. “Não é necessário que o pênis penetre completamente a boca. Sua parte mais sensível é a glande, situada na extremidade do pênis. É uma região com farta inervação e vascularização, ou seja, com bastante sensibilidade. Coloque entre seus lábios e faça tudo o que quiser afinal essa é uma forma de deixá-lo louquinho”, explicou.

No entanto, enquanto o homem vai sentindo prazer ele vai liberando esperma e isso muitas vezes provoca ânsias de vômito nas mulheres. A camisinha é excelente para evitar essas situações, e com o tempo e a intimidade do casal, os limites vão se ampliando, e logo estarão curtindo o prazer até o final.

O representante de vendas Bruno Oliveira, 22, conta que o sexo oral funciona como uma preliminar e que o bom é a inovação. “No sexo é preciso mudar sempre e surpresas são bem vindas”, contou. Para ele as carícias em situações inusitadas são as melhores. “Subo pelas paredes quando ela faz enquanto estou dirigindo, ou ao telefone em uma ligação importante”, revelou Bruno.

Mirela Lima contou que não tem problemas em fazer sexo oral no parceiro, mas confessa que não aceita que ele ejacule em sua boca. “Tentamos muitas vezes, mas sempre tenho vontade de vomitar. Ate quando é para ele fazer em mim eu exijo me limpar e me depilar”, disse.

Recomendações do oncologista

Lembre-se que o uso do preservativo é medida indispensável de saúde e higiene não só contra a infecção pelo HPV, mas como prevenção para todas as outras doenças sexualmente transmissíveis;

Saiba que o HPV pode ser transmitido na prática de sexo oral;

Informe seu parceiro/a se o resultado de seu exame para HPV for positivo, ambos precisam de tratamento;

Consulte regularmente o ginecologista e faça os exames prescritos a partir do início da vida sexual. Não se descuide. Diagnóstico e tratamento precoce sempre contam pontos a favor do paciente.

Reprodução Cidade News Itaú

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