sexta-feira, janeiro 11, 2013

No Corinthians, Alexandre Pato deve enfrentar temporada mais dura de sua carreira


Alexandre Pato fazendo seus exames ao chegar no Corinthians; atacante terá uma "maratona" em 2013
A sequência de lesões abalou a carreira de Alexandre Pato nos últimos anos, mas ele deve ter em 2013 sua maior prova de fogo. Sem conseguir uma grande sequência nos últimos tempos de Milan, o atacante chega ao Corinthians com a missão de superar aquela que promete ser, por conta do tumultuado calendário brasileiro, a temporada mais longa de sua carreira.

“[A adaptação] é um problema, sim. A gente sabe que quem vem de fora sente a diferença, e a gente tem trabalhado bem para conter isso, fazendo um trabalho multidisciplinar. Ele vai ter de se adaptar, terá uma programa específico. Se não tiver lesão ele vai jogar mais”, explicou Julio Stancati, médico do Corinthians, ao UOL Esporte.

Desde que apareceu para o futebol, há pouco mais de cinco anos, Alexandre Pato nunca fez mais de 43 jogos em um ano. O recorde do atacante foi na temporada 2008/2009, somando todas as partidas que fez pelo Milan e pela seleção brasileira no período.

Nos anos seguintes, as marcas não foram tão boas. Foram 35 em 2009/2010, 41 em 2010/2011 e 26 em 2011/2012, última temporada completa de Pato na Europa. Em todos os casos, os números são impulsionados por participações na seleção brasileira, que utilizou Pato na Copa América e nos Jogos Olímpicos, recentemente.

Os números baixos são facilmente explicáveis. Somente nos últimos dois anos, foram 15 lesões diferentes e um longo período no departamento médico. O histórico complicado foi uma das preocupações do Corinthians, que se baseou na avaliação de diversos profissionais para pagar cerca de R$ 40 milhões por Pato em dezembro, a contratação mais cara da história do futebol brasileiro.

Mas se o atacante sofria na Europa com o número de jogos, no Brasil a carga deve ser ainda maior. Na Itália, uma equipe do porte do Milan disputa 38 jogos do Campeonato Italiano, ao menos seis na Liga dos Campeões e outros pela Copa da Itália, dependendo de seu desempenho.

Os jogadores mais utilizados no elenco do time italiano vão a campo cerca de 40 vezes em um ano. Na última temporada, por exemplo, o goleiro Christian Abbiati foi um dos mais ativos do Milan e jogou “apenas” 41 vezes. Para quem convive com as convocações para seleções o dado é um pouco mais elástico. Thiago Silva, em seu último ano na Itália, por exemplo, foi ao gramado em 53 oportunidades.

No Brasil, o cenário é diferente. Além dos mesmos 38 jogos pelo torneio nacional, seis na Copa Libertadores e a Copa do Brasil, que se equivalem ao calendário italiano, há o acréscimo dos dois jogos da Recopa (no caso do Corinthians) e das pelo menos 19 aparições no Paulistão.

Em 2012, por exemplo, o êxito continental fez o clube do Parque São Jorge entrar em campo 76 vezes, contra 52 do Milan na temporada 2011/2012. Neste ano, em um cenário totalmente positivo, em que o Corinthians chega à final de todos os torneios que disputar, o clube jogaria 87 vezes.

Em um elenco numeroso como o do Corinthians, ninguém deve ser submetido a uma maratona tão extensa. Só que o cenário de 2012 mais uma vez mostra uma diferença em relação à Europa. Ralf, o mais utilizado de todo o elenco alvinegro, jogou 62 vezes. Mesmo Emerson, que perdeu boa parte do segundo semestre suspenso ou machucado, foi escalado por Tite em 41 partidas.

A receita é um rodízio no elenco. No início do Paulista, por exemplo, os titulares serão poupados, e o cenário deve se repetir ao longo do ano. Para Turíbio Leite, experiente fisiologista que avaliou Pato no meio do ano, o jogador poderá superar o obstáculo com tranquilidade.

“Seria um problema para o Pato do Milan, não para o Pato do Corinthians. Certamente o cuidado do qual ele poderá dispor será diferente. O prognóstico aqui é muito mais promissor. E ele tem 23 anos. Normalmente quem sofre mais com isso são os jogadores que vêm da Europa com mais de 30”, disse o médico. 

Fonte: Uol Esporte/Cidade News Itaú

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